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Notícias / Shakespeare

Obra de 1603 pode conter soneto ‘perdido’ de Shakespeare

Soneto encontrado em manual teatral de Ben Jonson pode ter sido escrito por William Shakespeare sob um pseudônimo; entenda!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 23/03/2023, às 14h50

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O dramaturgo inglês William Shakespeare - Getty Images
O dramaturgo inglês William Shakespeare - Getty Images

Um soneto quase desconhecido presente em um roteiro de uma peça de 1603, escrita pelo dramaturgo Ben Jonson, por ser uma obra ‘perdida’ de William Shakespeare, apontam dois estudiosos literários. 

Os argumentos vão além da evidência estilística “convincente”, afinal, o soneto — chamado de ‘To the Deserving Author’ — é assinado pelo misterioso pseudônimo Cygnus; uma homenagem à figura mítica transformada em cisne. Segundo o The Guardian, uma referência ao tributo de Jonson a Shakespeare: ‘O Cisne de Avon’

Quem defende a ideia é Chris Laoutaris, professor associado de Shakespeare e drama moderno no Instituto Shakespeare, da Universidade de Birmingham: “É assim que Jonson se refere a ele em seu longo poema em homenagem ao dramaturgo no primeiro fólio lamentando a morte de Shakespeare: 'Voe como o cisne, cuja presença viva nunca mais enfeitará os palcos da Inglaterra'."

O soneto foi encontrado dentro do manual de Jonson de ‘Sejanus: His Fall’ — uma peça trágica cuja ambientação se passa na Roma Antiga. William Shakespeare, aliás, atuou nela. 

Concordância de ideias

Ao The Guardian, Laoutaris compartilhou uma página com uma cantiga do poeta Hugh Holland, apontando que, embora os sonetos prestassem homenagem a Jonson, eles eram “muito diferentes”. Enquanto Holland se dirige a Jonson como “you” (‘você’) de maneira mais formal; Cygnus usa “thou” (‘tu’), mais informal — que era a maneira preferida de Shakespeare em seus sonetos. 

É tentador. Existem tantos paralelos com o estilo de Shakespeare que certamente devem fazer até o cético mais endurecido parar e pensar”, afirma. 

A ideia foi compartilhada com o Dr. Martin Wiggins, um importante especialista em drama renascentista, que corrobora com as expectativas, cujo já havia levantado a teoria quando foi compilador-chefe do monumental ‘British Drama 1533–1642: A Catalogue’, de 11 volumes. "Estou certamente aberto à possibilidade de que possa ser de Shakespeare”.

“A questão de saber se Shakespeare estava ou não envolvido de alguma forma com seu próprio livro é a questão de um milhão de dólares. Esse soneto dá pistas de que ele esteve ligado a figuras envolvidas com sua publicação enquanto ainda estava vivo. Até o momento, não há evidências firmes anteriores de que Shakespeare conhecesse Holland. Se o soneto Cygnus é de Shakespeare, isso nos dá a possibilidade de conexão pessoal”, aponta Laoutaris

As evidências serão apresentadas por Chris Laoutaris em seu próximo livro ‘Shakespeare's Book: The Intertwined Lives Behind the First Folio’, que será publicado no Reino Unido no próximo dia 30 de março.