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Notícias / Maria Antonieta

37 anos depois, presentes de Maria Antonieta são recuperados

Em 1987, porcelanas de Sèvres foram roubadas do Château de Thoiry, nos arredores de Paris; só recentemente, décadas após o crime, peças foram recuperadas

Éric Moreira Publicado em 10/04/2024, às 10h41 - Atualizado em 11/04/2024, às 10h14

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Retrato de Maria Antonieta - Domínio Público via Wikimedia Commons
Retrato de Maria Antonieta - Domínio Público via Wikimedia Commons

Após 37 anos considerados desaparecidos, um raro jarro e uma bacia de porcelana dados por Maria Antonieta a uma de suas amigas mais próximas são finalmente devolvidos ao Château de Thoiry, nos arredores de Paris. As peças, chamadas de porcelanas de Sèvres, foram roubadas por ladrões armados em 1987.

Conforme repercutido pelo The Guardian, as peças foram identificadas depois que um especialista em antiguidades contatou detetives para verificar se esses dois objetos que possuía estavam na lista de objetos culturais desaparecidos.

O atual proprietário do castelo, Paul de La Panouse, de 80 anos, alegou ao jornal Le Parisien que já havia passado muitas noites sem dormir devido à perda, e que quase havia desistido de reencontrar os objetos. Porém, quando a polícia o contatou afirmando ter encontrado as duas peças de porcelana pintadas à mão em azul-celeste invulgarmente vivo, ele não pôde deixar de celebrar.

Eles disseram que os encontraram. Foi tão, tão emocionante. Apenas cerca de 20 peças de porcelana foram pintadas com este azul", explica ele ao veículo francês.
Porcelanas recém-recuperadas / Crédito: Divulgação/DR

O coronel Hubert Percie du Sert, chefe do Gabinete Central de Combate ao Tráfico de Bens Culturais (OCBC) também contou ao veículo que as peças raras foram identificadas depois de receberem fotografias em registros. "Um especialista nos contatou manifestando dúvidas sobre as peças que lhe foram oferecidas. Imediatamente procuramos em nosso banco de dados e eles foram encontrados como roubados em 1987".

O proprietário os comprou de boa fé e desconhecia sua procedência. Quando soube que haviam sido roubados, ele imediatamente os devolveu", acrescenta du Sert.

História das peças

Esses porcelanatos pertenceram originalmente à Maria Antonieta, a última rainha consorte da França, que esteve no poder até a Revolução Francesa. O jarro e a bacia foram dadas por ela à Louise-Élisabeth de Croÿ de Tourzel, uma parente distante e governanta dos filhos reais.

Quando o rei Luís XVI e o restante da família real tentaram fugir de Paris, em 1791, de Tourzel se juntou a eles como isca. No entanto, todos foram capturados e, então, forçados a retornar à cidade. Posteriormente, a governanta publicaria um livro com suas memórias, que até hoje são considerados um importante relato sobre os últimos momentos da realeza francesa.

+ Maria Antonieta: O que aconteceu com os filhos da rainha francesa?

Retrato de Maria Antonieta e de Louise-Élisabeth de Croÿ de Tourzel / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Mantidas no Château de Thoiry devido a sua importância histórica e cultural, as porcelanas foram roubadas em novembro de 1987, depois de três ladrões armados — já suspeitos de se envolverem em mais de 20 arrombamentos em outros castelos em seis meses — invadirem o local e os levarem. Além destas peças, também foram levados outros objetos valiosos, como seis rifles oferecidos por Jorge III a Luís XVI.

Desde então, quaisquer informações que pudessem levar à descoberta dos objetos seria recompensada, mas levou quase 40 anos para que eles fossem finalmente reencontrados.