Em entrevista a um jornal alemão, presidente de Botsuana sugeriu presente inusitado como resposta às críticas sobre a caça de animais: "Isto não é uma piada"
Em entrevista ao jornal alemão Bild, o presidente de Botsuana, Mokgweetsi Masisi, ameaçou enviar 20 mil elefantes para a Alemanha como uma resposta as críticas do país sobre a caça de animais e a venda de troféus.
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No início do mês, o Ministério do Meio Ambiente da Alemanha levantou a possibilidade de impor limites mais rigorosos para a importação de troféus de caça de elefantes que são comprados por clientes ocidentais ricos — visto que o país é um dos maiores importadores deste tipo dentro da União Europeia.
Masisi, porém, apontou que a proibição apenas empobreceria os botsuaneses. O líder africano argumentou que os esforços de conservação levaram a uma explosão no número de elefantes e que a caça é um meio importante para controlar sua população.
[Os alemães deveriam] conviver com os animais agora que estão tentando nos dar instruções", disse ao Bild. "Isto não é uma piada", disse sobre a oferta de presentar o país com 20 mil animais.
"É muito fácil sentar-se em Berlim e ter uma opinião sobre os nossos assuntos no Botsuana. Estamos pagando o preço pela preservação desses animais para o mundo", continuou.
Em 2014, o Botsuana havia proibido a caça de troféus de elefantes, mas a medida foi revogada cinco anos depois. Agora, o país emite cotas anuais para a prática. Localizado na África Austral, o Botsuana possui a maior população de elefantes do mundo: cerca de 130 mil vivem por lá.
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Assim, conforme explica Masisi, as manadas constantemente estão causando danos a propriedades, comendo plantações e atropelando moradores. O país já ofereceu 8.000 elefantes a Angola e outros 500 a Moçambique, numa tentativa de combater o que o presidente descreveu como "superpopulação".
