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Notícias / Arqueologia

Restos mortais decapitados para ritual maia são encontrados próximos a pirâmide

Ao todo, 13 conjuntos de restos mortais foram identificados, alguns com crânio alongado e outros com sinais de cáries

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 29/08/2023, às 16h33

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Crânios encontrado em templo - INAH
Crânios encontrado em templo - INAH

No passado, dois jovens foram decapitados e enterrados na base de uma pirâmide maia como parte de um ritual. Seus restos mortais, assim como de outras pessoas, foram recentemente encontrados por arqueólogos que escavavam o sítio de Moral Reforma, no estado mexicano de Tabasco. 

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Na última semana, o Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) emitiu um comunicado informando que 13 conjuntos de restos mortais foram identificados a cerca de 12 metros da Estrutura 18, um monumento em formato de pirâmide. Segundo os arqueólogos, os ossos estavam a cerca de 30 centímetros do solo.

Pirâmide onde os crânios foram encontrados/ Crédito: Alfonsobouchot via Wikimedia Commons

O portal WordsSideKick recorda que os maias eram conhecidos por sacrificar prisioneiros de guerra, embora não se soube determinar se esses homens eram cativos ou não. Mas sabe-se que eles tinham entre 17 e 35 anos, sendo enterrados entre os anos 600 e 900.

Os dois crânios, inclusive, apresentavam marcas de violência. Em nota, o INAH apontou "foram observadas marcas de corte horizontais no áxis, osso envolvido na junção craniocervical".

Miriam Angélica Camacho Martínez, antropóloga física do Centro INAH, apontou que essas marcas podem sugerir "o uso de um objeto pontiagudo para extrair o crânio, e sabemos disso porque as cervicais e a mandíbula mantiveram sua relação anatômica, embora seja difícil determinar se esta lesão foi a causa da morte ou se foi feita post mortem."

Detalhes dos achados

Outro ponto curioso é que cinco crânios alongados foram encontrados. De acordo com o Live Science, a deformação foi propositalmente praticada pelos maias, assim como outras civilizações antigas na Ásia, Europa e nas Américas. A prática pode estar ligada a um status social elevado.

Um exame complementar nos restos mortais também sugeriu que algumas das vítimas sofriam com cáries, devido à dieta que seguiam, rica em milho. O que chamou a atenção é que alguns ossos estavam cobertos de pigmento vermelho.

Crânios encontrado em templo/ Crédito: INAH

Os achados podem oferecer uma visão de como era a vida em Moral Reforma, que começou como um importante posto comercial por volta dos anos 300. Já entre o século 7 e 8, atingiu seu auge ao ocupar 215 acres, onde os maias construíram palácios, praças e pirâmides. A cidade foi abandonada por volta dos anos 1000.