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Notícias / Ku Klux Klan

Técnica de enfermagem denuncia colega por caneca com piada racista: 'Sou da cuscuz klan'

Dona da caneca ainda teria dito não ligar para a vida da denunciante, uma mulher negra que buscou conversar sobre a situação

Redação Publicado em 08/11/2022, às 13h13

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Caneca com a frase "sou da cuscuz klan" - Divulgação / g1
Caneca com a frase "sou da cuscuz klan" - Divulgação / g1

Uma técnica de enfermagem foi denunciada por uma colega de trabalho por utilizar uma caneca com referência ao grupo supremacista branco americano Ku Klux Klan no Hospital dos Servidores, localizado na Saúde, no Centro do Rio de Janeiro.

De acordo com informações do g1, o objeto em questão possuía a frase "sou da cuscuz klan", uma referência à organização racista em tom de piada.

Rosana Rezende, profissional que realizou a denúncia, declarou à fonte que a dona da caneca, identificada como Marília Romualdo do Amaral, usava o item na copa do hospital durante os intervalos.

Rezende contou ainda que teria tentado conversar com a colega sobre o tema, mas esta não deu importância para o assunto.

Me sinto ferida na minha existência como mulher negra, como ser humano, não só como mulher negra, porque foi uma organização supremacista branca, que foi criada com o objetivo de extermínio de pessoas, independente de raça, até porque não foi só isso, porque eles também assassinavam judeus, assassinavam gays, assassinavam católicos. Então, a gente não pode normalizar essa situação”, disse Rosana.

“A colega ostentando esse símbolo me diz: ‘Não ligo para sua vida, ‘A sua vida não significa nada para mim’, ‘Estou ostentando o símbolo de uma organização supremacista branca que exterminava as pessoas iguais a você, que não ligavam pra sua vida’. É isso que ela me falava. Então, isso me feriu muito”, revelou a a mulher que, só então, decidiu levar o caso para a chefia do hospital.

Entretanto, segundo técnica de enfermagem, nada foi feito, já que a chefia teria alegado que Marília estaria exercendo seu direito à “liberdade de expressão”. Por esse motivo, Rosana entrou em contato com o sindicato, que a ajudou a levar o caso até a direção do hospital.

Racismo

“Nós falamos para a divisão de enfermagem do hospital que isso é crime, que propagar, divulgar símbolos racistas é crime, e nós vamos para a delegacia, vamos registrar”, disse Oswaldo Mendes, diretor do Sindisprev/RJ.

De acordo com a advogada Waleska Miguel Batista, do Instituto Luiz Gama, de defesa de causas populares e da população negra, a mulher denunciada cometeu crime de racismo e nada pode amenizar a gravidade de sua atitude para com a vítima.

Segundo o portal de notícias, Marília ainda chegou a fazer piadas com negros e racismo nas redes sociais, além de que defendeu o tratamento da Covid com remédios comprovadamente ineficazes.