“Não tomamos o cuidado que deveríamos ter”, reconheceu Yoko Ono anos depois do assassinato do ex-Beatle
Aquela segunda-feira de 8 de dezembro de 1980 ficará marcada para sempre, de uma maneira trágica, na história da música. Já fazia uma década que os Beatles haviam se separado, mas a paixão dos fãs pelos meninos de Liverpool jamais cessou.
John Lennon havia deixado sua residência no Edifício Dakota, nos arredores do Central Park, em Nova York, para uma sessão de gravação no Record Plant Studios. Mas antes, parou para atender alguns fãs.
Um deles foi Mark Chapman: aquele mesmo que mais tarde puxaria o gatilho dando fim à vida do ícone do rock mundial. Após o compromisso, Lennon e Yoko Ono voltaram para o apartamento em uma limusine. O ponteiro marcava 22h50 quando o casal deixou o veículo.
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Mas eles foram surpreendidos por Chapman, que apareceu pelas costas e disparou quatro vezes contra John — a uma curta distância. Por volta das 23h, o músico foi declarado morto. O mundo entrava em luto!
Quem poderia imaginar que um lunático cometeria um atentado repentino contra um dos maiores nomes da música? Bom, na verdade, Yoko e John foram alertados sobre a possibilidade do incidente. A viúva do Beatle até mesmo chegou a reconhecer: "Não tomamos o cuidado que deveríamos ter". Mas como tudo aconteceu?
O fim dos Beatles foi anunciando de forma oficial em 10 de abril de 1970, entretanto, as relações entre os 'Reis do Iê, Iê, Iê' já estava estremecida há anos. Mas o pior ainda estava por acontecer.
Um ano antes do fim oficial do grupo, no entanto, John Lennon e Yoko Ono foram alertados que o futuro poderia ser turbulento para o líder da banda. Durante um feriado em novembro de 1969, o casal aproveitou para viajar para Atenas, capital da Grécia — apenas dois meses depois dele, secretamente, ter deixado os Beatles.
Na ocasião, Lennon e Ono foram abordados por um astrólogo que lançou uma profecia sobre o músico: "John será baleado em uma ilha". O medo do casal foi tamanho, que eles desmarcaram uma planejada viagem de iate pelas ilhas gregas que fariam na companhia do cantor Donovan, revelou o cineasta Nico Mastorakis, conforme publicou o The Express em 2016.
"John e Yoko presumiram que o tiroteio seria em uma ilha grega", disse Nico. O astrólogo, porém, não errou. Afinal, John Lennon, de fato, foi baleado em uma ilha, não em uma grega, mas em uma norte-americana: a ilha de Manhattan.
Em uma entrevista com Mastorakis, em 2000, Yoko Ono recordou o episódio: "Nunca pensaríamos em Manhattan em uma ilha nesse contexto".
"Eu acredito totalmente que algumas pessoas são psíquicas e a mensagem vem por meio de algumas pessoas. No nosso caso, ela nos disse isso, mas não tomamos o cuidado que deveríamos ter", continuou.
Tivemos cuidado, mas da maneira errada, pois não fomos para as ilhas gregas".
A história veio à tona através de um filme mudo de três minutos de Lennon e Ono caminhando pelas ruas de Atenas horas antes de encontrar o médium. A filmagem foi encontrada por Nico durante uma limpeza em sua casa.
Ela havia conhecido os Beatles em 1967, quando esteve em Londres. Desde então, manteve uma amizade com casal e aproveitou a visita dos dois por Atenas para convidá-los para a gravação de um talk-show.
