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Matérias / Estela Meléndez

Estela Meléndez: A mulher que viveu mais de 60 anos com feto calcificado na barriga

Em 2015, durante atendimento médico, a idosa de 92 anos descobriu o motivo da protuberância em sua barriga que carregava por décadas

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 30/07/2023, às 00h00

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Estela Meléndez viveu mais de 60 anos com feto calcificado na barriga - Reprodução/Video/CNN e La Lider de San Antonio
Estela Meléndez viveu mais de 60 anos com feto calcificado na barriga - Reprodução/Video/CNN e La Lider de San Antonio

A chilena Estela Meléndez, com 92 anos, virou manchete mundial em 2015 por conta de sua triste história. Após passar grande parte de sua vida com um inchaço abdominal, a idosa descobriu uma condição médica raríssima: ela viveu com o feto calcificado na barriga por mais de 60 anos.

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A descoberta

Em maio de 2015, Estela Meléndez foi levada ao hospital após machucar o cotovelo durante uma queda. Dona de casa humilde, a moradora da costa chilena de Santo Antonio surpreendeu os médicos devido a uma protuberância em sua barriga.

Como parte dos cuidados para pessoas com sua idade, Estela foi submetida a exames de raio-x. Foi aí que a surpresa aconteceu: os resultados apontaram que a idosa passou décadas com um feto calcificado na barriga, repercutiu a BBC.

"Quando um idoso sofre uma queda, pedimos uma radiografia de quadril para descartar fraturas de pélvis. E no raio-x havia uma imagem própria de uma coluna vertebral de um feto", contou Dagoberto Duarte, diretor de Serviço de Saúde do serviço de saúde da região de Valparaíso.

Duarte ainda revelou que, segundo os exames, o feto tinha cerca de 30 semanas e se desenvolveu fora do útero de Meléndez — onde morreu por não ter condições adequadas de sobreviver.

O aborto

Estela foi casada por toda a vida com Manuel González, dono de um barco pesqueiro, que morreu pouco antes da chocante descoberta, aos 91 anos. Durante toda a vida, o casal sempre teve um desejo jamais realizado: ter um filho.

Em meados dos anos 1980, eles ficaram perto de realizá-lo, quando Meléndez chegou a engravidar. Entretanto, certa vez, a mulher se sentiu mal durante a gestação e teve de ser levada às pressas a um hospital.

No centro médico, reporta o UOL, a equipe médica apontou que a mulher tinha câncer e havia sofrido um aborto espontâneo. Assim, ela seria submetida a um procedimento para raspagem do feto — que, ou foi mal feito, ou não foi realizado.

Como o feto permaneceu em sua barriga, com o tempo, o organismo morto acabou sofrendo o processo de dissecação — visto que os tecidos tinham cada vez menos sangue e, sendo assim, eles ressecaram e ficaram impregnados de cálcio.

Sofremos tanto por causa disso. Tantos anos e nunca soube que tinha afinal engravidado", disse a idosa à BBC.

Por conta das circunstâncias, a família de Meléndez culpou o hospital, onde ela foi atendida na época do aborto, e a clínica, onde ela fez exames nos anos 1980, por erro médico. Por conta da idade avançada de Estela, os médicos decidiram não retirar o feto calcificado de seu abdômen, visto que o mesmo não constituía um risco para sua saúde.