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Matérias / Música

Falha técnica: O dia em que Michael Jackson teve que tocar pandeiro para salvar show no Brasil

Em 1974, sua primeira passagem em terras tupiniquins foi acompanhada dos irmãos — e passou por ocasiões bizarras no governo militar

Wallacy Ferrari Publicado em 21/11/2020, às 13h00 - Atualizado às 17h00

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Conjunto reunido em apresentação especial na televisão brasileira - Divulgação / TV Tupi / YouTube / Gesner_GpA acervo
Conjunto reunido em apresentação especial na televisão brasileira - Divulgação / TV Tupi / YouTube / Gesner_GpA acervo

Entre 13 e 22 de setembro de 1974, uma constelação de estrelas internacionais desembarcava no Brasil para realizar um raro show; os Jackson 5. Mobilizados pelo empresário brasileiro George Ellis, pisavam em terras tupiniquins pela primeira vez, durante o primeiro ano do governo militar de Ernesto Geisel.

A turnê era a primeira do grupo fora da América do Norte e Europa, criando grandes expectativas nos irmãos e, por outro lado, seria um dos únicos shows internacionais que o Brasil recebia durante a ditadura — principalmente em decorrência da apresentação de Alice Cooper meses antes, onde o roqueiro decapitou bonecas, simulou ser eletrocutado e causou uma confusão generalizada, resultando no desagrado das autoridades.

Por isso, grandes eventos vindos de fora eram extremamente incomuns, tirando o Brasil da rota das turnês internacionais e, nas raríssimas ocasiões, desamparando os músicos em segurança e equipamentos, afastando ainda mais as produções. Contudo, se engana quem acha que os Jacksons corresponderam aos problemas da passagem.

Jackson 5 reunido durante show no Estádio da Independência, em Belo Horizonte / Crédito: Divulgação

Dando um jeito

Cada show passou por situações especificamente frustrantes para os empresários do grupo, de acordo com o UOL, a apresentação de Belo Horizonte, em dia chuvoso, acabou afastando o público do Estádio da Independência. Mesmo assim, Michael e sua turma manteve a rigidez na afinação e sincronia nos passos, se apresentando para os poucos fãs que haviam comparecido.

Posteriormente, em São Paulo, mais problemas: o setlist incompatível com a contratação do show fez a primeira apresentação terminar antes do previsto em show repletos de problemas técnicos, microfonias e desligamentos repentinos de instrumentos. O segundo show teve uma revisão prévia que resultou em um atraso de 1h30 no Palácio das Convenções, no Anhembi.

De acordo com o acervo da Folha, em certo momento do rígido espetáculo, a bateria do palco começou a desabar. Mal-fixada, o percucionista da banda não conseguia alcançar as caixas e pratos para dar continuidade, abandonando as baquetas e levando todos os outros instrumentistas a interromperem a música pelos decorrentes problemas de som.

Quem encontrou solução foi justamente o jovem Michael Jackson que, buscando afastar o clima de tensão, pegou um pandeiro e resolveu ao vivo, adaptando o ritmo na música que estava sendo cantada pelo grupo. Mesmo sem ser especialista no artefato conhecido no samba, ele dançou, cantou e batucou o instrumento até que a bateria fosse recolocada, salvando a apresentação.

Jornal relembra visita de Michael em 1974 durante sua segunda passagem / Crédito: Divulgação / Folha de S. Paulo

Quebra-quebra e perseguição

O principal acaso dos Jacksons no Brasil seria em Brasília, que havia se tornado a capital federal 14 anos antes — mas nunca havia recebido um show de tamanha projeção. Marcado no Ginásio Nilson Nelson no dia 21 de setembro de 1974, um problema de logística foi capaz de irritar os presentes; com o espaço lotado aguardando a apresentação, um locutor subiu ao palco e anunciou o cancelamento, alegando que a carreta dos equipamentos não chegou a tempo de Belo Horizonte.

Para piorar, um reagendamento era alegado como impossível pelo grupo, visto que teriam de viajar no dia seguinte para realizar os primeiros shows no Chile. Perseguidos no camarim por uma plateia ensandecida, o ônibus do grupo e o ginásio foi inteiramente vandalizado, com janelas, portas e assentos destruídos.

O caos chamou atenção até do coronel Aimeé Lamaison, então Secretário de Segurança do GDF e que, tempos depois, governaria o Distrito Federal. “O governador está sabendo de tudo. Tenho carta branca. Vou falar com as autoridades portuárias. De Brasília, eles não saem sem fazer o show”, afirmou Aimeé, como noticia o Metrópoles.

As ameaças e perseguições, até mesmo em quartos de hotel, pressionou a permanência dos garotos, que realizaram o espetáculo no dia seguinte — mesmo com o ginásio destruído pela fúria. Por lá, fizeram um grandioso show, lotado e aclamado, sendo descrito como o maior coro da passagem. Michael, por sua vez, só retornaria em 1993, já em carreira solo.


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