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Matérias / Múmias

Mistério do laboratório: As múmias de Gottfried Knoche

Apesar de sua técnica ser utilizada até hoje, a verdadeira fórmula de seu fluído nunca foi revelada

Daniela Bazi Publicado em 18/09/2020, às 09h00

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Múmia do laboratório de Gottfried Knoche - Wikimedia Commons
Múmia do laboratório de Gottfried Knoche - Wikimedia Commons

O médico cirurgião alemão Gottfried Knoche se tornou reconhecido após inventar um fluído capaz de embalsamar um corpo e criar dezenas de múmias. Nascido na cidade de Halberstadt, na Alemanha, no ano de 1813, estudou na Universidade de Freiburg em 1837.

Três anos depois, acabou se mudando para a cidade de La Guaira, na Venezuela, sendo responsável por cuidar dos imigrantes alemães que trabalhavam nas áreas de cultivo nas proximidades da região. Após se estabelecer no local, também trouxe sua esposa e filha, dando-as um emprego como enfermeiras e assistentes nos atendimentos.

Sua reputação começou a ser circular pelo povo como a de um médico caridoso, que tratava dos pobres e lutava contra a epidemia da cólera, que devastava a região na época, ajudando a reerguer o antigo Hospital San Juan de Dios, entre os anos de 1854 e 1856.

Ilustração da entrada da Hacienda Buena Vista / Crédito: Wikimedia Commons

Durante a Guerra Federal da Venezuela, mais conhecida como Guerra dos Cinco Anos, que aconteceu nos anos de 1859 a 1863 entre o Partido Conservador e o Partido Liberal, pelo monopólio de posições governamentais. Knoche trabalhou como médico atendendo os feridos da batalha, e acabou ficando fascinado pelo processo de decomposição de pessoas mortas.

Com isso, ele passou a fazer diversos experimentos nos cadáveres não identificados em seu próprio laboratório, localizado no terreno em que havia comprado recentemente e o nomeou de Hacienda Buena Vista. Foi através desse estudo que Gottfried inventou o fluído que preservaria o corpo sem a necessidade de retirar os órgãos, passando a armazenar várias múmias em seu centro de pesquisa.

O líquido seria feito através de um composto de cloreto de alumínio, porém a verdadeira fórmula nunca foi escrita em qualquer lugar e, consequentemente, não foi descoberta. Após as notícias sobre sua substância começarem a se espalhar, também passaram a surgir algumas teorias sobre a utilização do líquido.

Médico e político alemão Gottfried Knoche / Crédito: Wikimedia Commons

A mais famosa é em relação ao político e jornalista Tomás Lander, onde sua família teria pedido a Knoche para que utilizasse sua descoberta no corpo do falecido.

Depois da aplicação, o cadáver foi devidamente arrumado e mantido por 40 anos em uma mesa na entrada de sua própria casa, até o presidente venezuelano Antonio Guzmán Blanco decidir enterrá-lo com seus outros parentes, em 1884. Entretanto, Lander morreu em 1845, anos antes de Gottfried realizar sua incrível descoberta, tornando essa teoria improvável de realmente ter acontecido.

Antecipando sua morte, Knoche pediu a sua enfermeira, Amalie Weismann, para utilizar o fluído em seu corpo com a dose adequada que havia preparado, e pudesse ser preservado para a eternidade. De acordo com boatos da época, o médico também teria pedido para que a mulher injetasse a substância enquanto ainda estava vivo, porém, o fato não foi comprovado.

Locais com uma das múmias criadas por Gottfried Knoche / Crédito: Wikimedia Commons

Amalie continuou trabalhando no laboratório de Buena Vista até morrer, aos 88 anos de idade, em 1926. Desde sua morte, a propriedade do médico ficou completamente abandonada, sendo invadida por saqueadores, vândalos e curiosos em busca da fórmula da substância de embalsamento.

Dentro de seu mausoléu, que foi construído junto a seu centro de pesquisa, estavam os restos mortais de Gottfried, de sua filha Anna e seu marido Heinrich Müller, além de deu irmão Wilhelm. Sua esposa acabou voltando para a Alemanha por não ter se adaptado com a vida na fazenda, e o paradeiro do corpo de seu neto Oswald é desconhecido.

Durante a primeira visita de especialistas exploradores à fazenda, todos os cadáveres acabaram sendo retirados de seus locais de descanso e espalhados pelo terreno, onde muitos dizem que, originalmente, existiam cães mumificados na propriedade, que serviam como guardiões do mausoléu. A Hacienda Buena Vista está hoje no local conhecido como o Parque Nacional El Ávila.


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