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Matérias / Titanic

O criador de uma das mais famosas marcas do mundo quase embarcou no Titanic

O empresário foi impedido de embarcar por um mero acaso — e isso provavelmente salvou sua vida

Ingredi Brunato Publicado em 26/02/2023, às 17h00 - Atualizado em 02/03/2023, às 18h23

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Montagem mostrando Milton Hershey e o RMS Titanic - Domínio Público
Montagem mostrando Milton Hershey e o RMS Titanic - Domínio Público

No ano de 1912, Milton S. Hershey e sua esposa, Catherine Sweeney aproveitavam o inverno em uma viagem de férias na cidade de Nice, localizada na França. Eles viajaram em dezembro do ano anterior, e precisavam voltar em abril. 

Por coincidência, o trajeto inaugural do maior e mais luxuoso transatlântico já construído até aquele ponto estava prevista para acontecer naquele mesmo período, saindo da Inglaterra com destino aos Estados Unidos. 

Naturalmente, o dono da famosa marca de chocolate norte-americana comprou passagens de primeira classe no RMS Titanic, que foram vendidas por 300 dólares cada — na época, um preço que poderia ser bancado somente por membros da elite. 

Salvo pelo acaso

Um imprevisto de trabalho, no entanto, fez com que Milton precisasse adiantar o retorno à sua terra natal: assim, em vez de embarcar no navio em 10 de abril, o empresário precisou optar por um transatlântico alemão conhecido como Amerika, que saía quatro dias antes. 

Isso o fez mudar seus planos. Não foi nada de vida ou morte ou catastrófico para o negócio, apenas algo surgiu que exigia sua atenção", explicou Pamela Whitenack, então a diretora dos Arquivos Hershey, em uma declaração repercutida pelo portal Penn Live News em 2015. 

Já a esposa do chocolateiro prolongou sua estadia na França por motivos de saúde, tendo permanecido em território estrangeiro para se submeter a tratamentos franceses e alemães. Dessa forma, ambos conseguiram se livrar de estarem presentes em um dos mais trágicos naufrágios da História. 

Fotografia de Milton Hershey e sua esposa / Crédito: Divulgação/ Milton Hershey School

Caso algumas variáveis tivessem sido alteradas, o destino do casal seria bem mais incerto, dado que apenas 706 passageiros sobreviveram ao desastre, com o número de fatalidades, por outro lado, ultrapassando 1.500 pessoas. 

E se tivesse sido diferente? 

Milton Hershey participou de diversos empreendimentos em sua vida, sendo tanto um homem de negócios quanto um notório filantropo. Ele doou dinheiro para as igrejas de sua cidade (nomeada de "Hershey" em homenagem a ele), construiu um orfanato e doou chocolates para os soldados estadunidenses que lutaram na Segunda Guerra Mundial. 

O dono da marca doce ainda foi responsável pela infraestrutura do local (construindo estradas, residências, escolas públicas, transporte público), assim como as suas áreas de lazer (parque, teatro, zoológico, quadras esportivas e jardim botânico). 

Fotografia atual da Milton Hershey School / Crédito: Divulgação/ Milton Hershey School 

Muitos desses projetos, contudo, ocorreram após 1912, de forma que é possível que eles nunca tivessem existido no caso da morte repentina de Hershey no Titanic. 

"A forma como a cidade se desenvolveu e seu apoio à educação pública na comunidade, nada disso teria acontecido", afirmou também Whitenack. Segundo o Penn Live, ela enfatizou que a "presença e liderança" do norte-americano foram essenciais para muitos dos lugares construídos. 

O que já estava de pé no ano em que o famoso navio afundou, por outro lado, era a escola pública do chocolateiro, a Milton Hershey School. Essa instituição seria capaz de prosperar mesmo após a morte de seu fundador, especulou a diretora dos Arquivos Hershey, uma vez que o testamento do filantropo determinava que todo seu dinheiro deveria ser destinado à instituição de ensino.