Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / 'O Menu'

'O Menu': Filme critica arte, fãs e ainda lembra história real

Estrelado por Anya Taylor-Joy e Ralph Fiennes, 'O Menu' é um terror que, acima de tudo, é uma crítica à arte e pessoas em seu entorno

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 19/01/2023, às 22h34 - Atualizado em 21/01/2023, às 21h40

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Cena de 'O Menu', filme de terror de 2022 - Reprodução/Searchlight Pictures
Cena de 'O Menu', filme de terror de 2022 - Reprodução/Searchlight Pictures

Lançado nos cinemas brasileiros, 'O Menu' chegou sem muito alarde, mas chamando bastante atenção daqueles que lhe deram uma chance. Dirigido por Mark Mylod e estrelado por Anya Taylor-Joy ('A Bruxa') e Ralph Fiennes ('Harry Potter'), o longa é uma produção de suspense e terror que chegou na quinta-feira, 19, no catálogo do Star+.

De acordo com a sinopse, em 'O Menu' é possível acompanhar quando "um jovem casal visita um restaurante exclusivo em uma ilha remota onde o aclamado chef prepara um delicioso menu e algumas surpresas chocantes". Além disso, o filme não só incomoda o espectador; ele também é bastante crítico à arte, aos artistas e aos fãs da arte

'O Menu'

Mesmo aqueles que não são grandes fãs de cinema podem apreciar, entender e se divertir — ou, quem sabe, se assustar — assistindo 'O Menu'. Porém, quem já está mais habituado com a linguagem cinematográfica se espanta com tudo que o filme se propõe a ser: um suspense culinário reflexivo e crítico sobre a arte como um todo, desde o artista e seu processo criativo, até aqueles que consomem a arte por bel prazer.

Mesmo com toques de um humor sórdido — sendo um dos gêneros pelos quais ele é definido, a comédia —, o constante clima de suspense não abandona o espectador, desde seus minutos iniciais, quando as personagens embarcam até a ilha em que ocorre a trama, até seu final. E em meio a toda a tensão, tem-se como principal figura de estranheza o chefSlowik, interpretado por Ralph Fiennes (que já causou bastante medo em alguns como o principal vilão da saga Harry Potter, Lord Voldemort).

O ator Ralph Fiennes
O ator Ralph Fiennes / Crédito: Getty Images

Para o personagem, que encabeça todo o evento realizado na ilha, a experiência dos convidados no conceituado restaurante de gastronomia molecular da obra, Hawthorne, é o que mais importa. E habilmente, estabelecendo uma relação entre a culinária e o cinema — ou qualquer outra forma de expressão artística —, o diretor Mark Mylod constrói, pouco a pouco e com muito esmero, a crítica principal do filme: o descompromisso com a arte legítima.

Pequenos detalhes como um artista que acelera seu processo criativo pensando em conquistar mais fama e dinheiro, críticos gastronômicos que inventam significados para o que consomem, fãs do renomado chef que não entendem a experiência daquilo que comem e convidados que não apreciam o que lhes é oferecido constroem toda a crítica.

A todo momento, novos personagens são apresentados, cometendo erros diferentes, mas que implicam no mesmo resultado: a má apreciação artística. Tudo isso enquanto as próprias bizarrices de Slowik espantam constantemente a protagonista Margot, vivida por Anya Taylor-Joy.

Filme fechou restaurante?

No meio da indústria cinematográfica, especialmente quando lançam grandes filmes de terror, é muito comum de se ler pela internet boatos bizarros sobre tais produções, ou mesmo que elas podem ter sido inspiradas em casos reais. E com 'O Menu', isso também aconteceu, mas de uma forma um pouco diferente.

No mesmo mês do lançamento do filme com um excêntrico chef que desenvolve pratos experimentais, um dos restaurantes de mais renome em todo o mundo, Noma — localizado na capital da Dinamarca, Copenhage —, anunciou que fecharia suas portas, depois de duas décadas.

Entrada do renomado restaurante Noma, em Copenhage, na Dinamarca
Entrada do renomado restaurante Noma, em Copenhage, na Dinamarca / Crédito: Foto por paz.ca pelo Wikimedia Commons

De acordo com informações do New York Times, a decisão foi tomada "quando Noma e muitos outros restaurantes de elite estão enfrentando um escrutínio sobre o tratamento dado aos trabalhadores, muitos deles mal pagos ou nada, que produzem e servem esses pratos requintados". E, por isso, René Redzepi, chef e fundador do Noma, revelou ao veículo que o restaurante seria transformado em um "laboratório de alimentos em tempo integral".

Precisamos repensar completamente a indústria. Isso é simplesmente muito difícil", acrescentou o chef.

Claro que com a notícia, internautas em todo o mundo começaram a traçar alguns paralelos entre o Noma e o restaurante retratado em 'O Menu'. "Sou a única que acha que é discreto que Noma anunciou o fechamento da loja logo após o lançamento de O Menu?", escreveu uma usuária no Twitter.

Outra ainda comenta a decisão de mudança no estilo do Noma, e compara o novo modelo ao apresentado em 'O Menu': "Uau, Noma está realmente dando O Menu, no qual acredito que o filme foi inspirado".

Apesar da coincidência, isso não se passa de boatos da internet, sem que o fundador do Noma ou qualquer responsável relacionasse a decisão ao filme.