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Matérias / Arte

Se Leonardo da Vinci é italiano, por que a Mona Lisa está na França?

Grande símbolo do Renascimento, importante movimento artístico da Itália, a 'Mona Lisa' se encontra no Museu do Louvre, na França

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 20/08/2023, às 15h00 - Atualizado em 22/08/2023, às 19h23

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Autorretrato de Leonardo da Vinci e recorte de 'Mona Lisa' (1503), sua mais famosa obra de arte - Domínio Público via Wikimedia Commons
Autorretrato de Leonardo da Vinci e recorte de 'Mona Lisa' (1503), sua mais famosa obra de arte - Domínio Público via Wikimedia Commons

Mesmo hoje, mais de 500 anos após sua concepção, a obra 'Mona Lisa', do artista renascentista italiano Leonardo da Vinci, é uma composição bastante emblemática e inesquecível para pessoas de vários locais do mundo. Não à toa, a obra foi responsável por definir novos parâmetros na História da Arte, sendo a maior referência quando se pensa no Renascimento, um dos mais importantes movimentos artísticos que já ocorreu.

Produzida por da Vinci na cidade italiana de Florença, a 'Mona Lisa' — também chamada de 'La Gioconda' —, a obra não possui proporções chamativas como outros quadros famosos da história, tendo somente 77 x 53 cm. Ainda assim, quando observada de perto por aqueles que tem oportunidade de visitá-la no Museu do Louvre, na França, brilha aos olhos todos os detalhes presentes, desde seus olhos e sorriso, até suas mãos e o cenário ao fundo.

No entanto, é, no mínimo, estranho que uma pintura tão importante para a História da humanidade esteja em solo francês em vez de onde foi originalmente concebida, na Itália. E o que nem todos que visitam o Louvre, sabem, é que existe uma discussão bastante antiga sobre esse aspecto da obra. Entenda!

'Mona Lisa' (1503), de Leonardo da Vinci
'Mona Lisa' (1503), de Leonardo da Vinci / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Da Itália à França

Ainda hoje, é bastante comum vermos notícias de países devolvendo, ou em disputa para devolver (ou não) obras de arte e até fósseis de animais pré-históricos a seus países de origem. Em geral, essas confusões têm base em um passado não tão antigo do mundo: as expansões territoriais e exploração de riquezas — ou, talvez ainda pior, o apagamento de culturas.

No caso da 'Mona Lisa', é possível compreender os caminhos pelos quais a obra passou a partir de uma simples análise de sua linha do tempo: foi produzida no início do século XVI, em Florença, na Itália, por da Vinci. Porém, ainda no mesmo século, o rei Francisco I da França trabalhou em pretensões territoriais na Itália, tentando reconquistar algumas regiões, e no processo a famosa pintura foi adquirida por ele.

Pintura do rei Francisco I da França
Pintura do rei Francisco I da França / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Vai e vem

É claro que uma pintura tão importante quanto a 'Mona Lisa', talvez um dos tesouros nacionais mais valiosos para os italianos, incomodaria bastante pela sua ausência. E embora não se saiba sobre algumas tentativas inúteis em recuperar o objeto, é memorável um evento de 1911, quando a obra foi roubada do Museu do Louvre e permaneceu desaparecida por dois anos.

De acordo com o g1, ela foi reencontrada em 1913 em Florença, justamente a terra em que foi produzida, e então regressou ao Louvre.

Fotografia noturna do Museu do Louvre, em Paris, na França
Fotografia noturna do Museu do Louvre, em Paris, na França / Crédito: Getty Images

Atualmente, porém, Itália e França seguem em disputa pela importante obra de da Vinci. Desde 2011, o país de origem da 'Mona Lisa' vem se mobilizando na tentativa de obter um empréstimo do quadro, colhendo assinaturas e enviando cartas ao Ministro da Cultura francês e ao diretor do Louvre.

"Reiteramos que já é hora de trazer de volta a Mona Lisa à Itália, ao menos por um mês. Como italiano, me sinto no dever de instar as autoridades francesas para uma reunião para explicar as razões de uma empréstimo que também serviria de reparação aos roubos de obras de arte por parte de Napoleão", alegou o presidente do Comitê para a Valorização dos Bens Culturais da Itália da época, Silvano Vinceti.