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Matérias / Política

Sigilo de 100 anos: O que Bolsonaro deixou em segredo

Antes da derrota nas urnas, Jair Bolsonaro decretou sigilo de 100 anos em diversos temas

Redação Publicado em 01/11/2022, às 18h06 - Atualizado em 11/01/2023, às 12h45

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Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil - Getty Images
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil - Getty Images

Com o início do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, foi iniciada a derrubada dos 100 anos de sigilo que o ex-presidente decretou sobre diversos assuntos. Nesta quarta-feira, 11, o primeiro sigilo foi derrubado.

Foram reveladas as visitas recebidas por Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama, no Palácio da Alvorada. A revelação foi divulgada pelo O Estado de S. Paulo. A lista que estava sob o sigilo mostra que Michelle recebeu 565 visitantes nos anos de 2021 e 2022.

O grande número de visitas veio a partir de Nídia Limeira de Sá, então diretora de Acessibilidade e Apoio a Pessoas com Deficiência do Ministério da Educação, que encontrou com a primeira-dama 51 vezes.

Outras pessoas que visitaram Michelle, são: Claudir Machado, pastor da Igreja Batista Atitude (31 vezes); Juliene Cunha, cabeleireira (24 vezes); e Cynara Boechat, estilista (5 vezes).

Entre os temas colocados em sigilo por Jair Bolsonaro, estão seu cartão de vacinação, que constaria se ele tomou ou não as vacinas contra a covid-19, e a data em que as teria tomado; a entrada de pastores no Planalto; dados de crachás dos filhos; documentos de Laura Bolsonaro, a filha mais nova do ex-presidente; processos contra Pazuello; mensagens após a prisão de Ronaldinho; e, por fim, o processo das "rachadinhas" de Flávio Bolsonaro.

Relembre a seguir alguns desses casos, e por que é de tão grande interesse público o conhecimento de cada um dos tópicos mencionados.

Cartão de vacinação

Durante a pandemia de covid-19, Bolsonaro foi criticado por não ter realizado um combate eficiente contra a doença, que chegou a matar mais de 600 mil pessoas apenas no Brasil.

Dentre os erros mais graves cometidos pelo então presidente, destaca-se o posicionamento contrário a imunização por vacinas contra a doença, enquanto apoiava o uso da cloroquina como uma espécie de tratamento precoce.

Bolsonaro mostrando caixa de cloroquina, que ele incentivava a população a tomar como medida preventiva de covid-19
Bolsonaro mostrando caixa de cloroquina, que ele incentivava a população a tomar como medida preventiva de covid-19 / Crédito: Getty Images

No entanto, Bolsonaro sempre negou que a sociedade soubesse se ele teria se vacinado ou não contra a covid-19, tendo até mesmo decretado sigilo de até 100 anos ao seu cartão de vacinação, no dia 8 de janeiro de 2021, quando o Brasil começou a vacinar a população. Segundo a presidência, o documento diz "respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem", e por isso não seria divulgado.

Entrada de pastores

O Palácio do Planalto também decretou sigilo de 100 anos aos encontros entre Jair Bolsonaro e pastores lobistas, como Gilmar Santos e Arilton Moura. Os dois mencionados, por sua vez, são suspeitos de pedir a liberação de recursos do Ministério da Educação para prefeituras em que estavam comprometidos politicamente, como informado pelo portal de notícias do Yahoo.

Milton Ribeiro, ex-ministro da educação envolvido em escândalos entre pastores e o MEC
Milton Ribeiro, ex-ministro da educação envolvido em escândalos entre pastores e o MEC / Crédito: Getty Images

A informação sobre o sigilo só foi revelada pelo O Globo, após a negação de um pedido sobre os registros de entradas e saídas de Santos e Moura do Planalto, via Lei de Acesso à Informação. Apesar disso, sabe-se que a agenda oficial de Bolsonaro consta três encontros entre os pastores, o ex-presidente da República e o ex-ministro Milton Ribeiro.

"Rachadinhas"

Outra informação que caiu sob o sigilo de 100 anos do governo Bolsonaro se relaciona às investigações sobre as "rachadinhas" — repasse de parte dos salários de assessores para o parlamentar ou secretário a partir de um acordo pré-estabelecido ou como exigência para a função — envolvendo Flávio Bolsonaro, senador e filho mais velho do ex-presidente, quando era Deputado Estadual do Rio de Janeiro.

A justificativa do Planalto sobre o motivo de os processos envolvendo as "rachadinhas" serem mantidos em sigilo, é de que eles continham "informações pessoais".

Flávio Bolsonaro, filho mais velho do atual presidente, Jair Bolsonaro
Flávio Bolsonaro, filho mais velho do atual presidente, Jair Bolsonaro / Crédito: Getty Images