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Notícias / Cuca

Advogado que representou atletas em escândalo de Berna relembra o caso

Na época do escândalo, Cuca ainda era jogador e atuava pelo Grêmio de Porto Alegre

Redação Publicado em 28/04/2023, às 16h06

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Cuca, ex-técnico do Corinthians - Reprodução/Vídeo
Cuca, ex-técnico do Corinthians - Reprodução/Vídeo

Com a repercussão atual do caso Cuca, o escândalo de Berna, que aconteceu em 1987 e envolve o mesmo junto com outros atletas voltou a ser relembrado. Na ocasião, os esportistas Cuca, Eduardo, Fernando e Henrique, do Grêmio de Porto Alegre, foram presos por ordem do juiz local sob a acusação de terem cometido estupro contra a menor, de 13 anos, Sandra Pfaffli

Conforme o jornal O Globo repercutiu,  outros personagens contemporâneos ao caso Cuca foram procurados para que comentassem os fatos. Na época, o presidente do time onde ele jogava, PauloOdone, acionou o departamento jurídico para obter a liberação dele e dos outros atletas. 

Atualmente, Paulo disse que:

Para mim, na visão da época, eles tiveram um incidente. Devem ter errado. Se a guria tirou ou não a blusa, se tinha corpo de adulto ou não, é detalhe. Mas eles disseram que não teve estupro, nem ato libidinoso nenhum. Bom, eu vou fazer o quê? Condenar os meus atletas na época? Apesar de reprimi-los porque a guria entrou no quarto do hotel.”

Mesmo com declarações atuais do advogado da vítima sobre o caso de 1987, onde WilliEgloff, ao UOL, confirmou a notícia publicada em 1989 pelo jornal suíço Der Bund, onde dizia que o relatório forense apontou vestígios do sêmen de Cuca no corpo da menina, e ainda que ela havia reconhecido o atleta, Paulo lançou dúvidas sobre o caso, dizendo: 

Eu acredito no meu advogado, o Cacalo. Não posso acreditar no advogado da outra parte que os denunciou”, e continuou: “A dimensão hoje é outra, mas foi o que me disseram à época e eu acredito. Eu não vi o processo, não li, quem o fez foi o advogado do clube. Era o que eu tinha. Primeiro tenho de acreditar no meu advogado, sempre. Mandei ele para lá e ele voltou com a soltura dos rapazes. E essa era a meta que tínhamos. Para mim estava encerrado o caso.” 

Quem é Cacalo?

O advogado e também ex-presidente do Grêmio, Luiz Carlos Silveira Martins, ou Cacalo, disse que desconhece as informações que Willi Egloff trouxe, porém, não desmentiu. 

Ele pode ter dito coisas que eu não tinha visto. Como, por exemplo, que foi encontrado sêmen do Cuca. Não tive conhecimento disso. Eu não vi esse laudo, nada do que ele diz. Mas pode ter acontecido? Pode. E eu é que não vi.”

Foi ele quem na época soltou os jogadores e ainda preparou a defesa e os representou no julgamento. Além disso, nesta semana, Cuca pediu para que Cacalo tentasse lembrar do ocorrido para que assim, ele conseguisse esclarecer os fatos. Vale destacar que Cuca não foi condenado por estupro. 

O advogado comentou:

Houve relação com a menina. Mas não houve estupro. Houve contato. E eles não foram condenados por estupro. Os elementos para a condenação foram: botaram uma menina para dentro do quarto. Um manteve relação, o outro não manteve, e a informação que obtive na época foi de que ela foi consensual. Mas depois a menina quis sair. E aí não saiu. Porque eu não sei.”

Ele ainda completou:

Não percebi na instrução do processo e em todo o tempo que estive lá qualquer evidência de agressão física. A relação sexual que tomei conhecimento na época foi consensual. Claro que depois houve a tentativa dela de sair, alguém não deixou, chegou gente de fora... Não posso dar detalhes porque não estava lá também. Mas bolacha na cara, soco para obrigá-la a transar, isso não houve. Aí você vai me perguntar: por que eles foram condenados então? Porque na Suíça, no Brasil e em qualquer lugar pegar uma menina de 13 anos e tentar ou ter relação com ela não é permitido.” 

O advogado ainda falou sobre o que pensa sobre a situação ser analisada com os olhos de hoje:

Não podemos analisar [com os olhos de] hoje. Estou analisando o que houve naquela época. Hoje é uma situação totalmente diferente. Hoje acho que seria estupro, vou te dizer assim. Mas, naquela época, nem na Suíça, que é radical em relação a isso, houve a condenação neste sentido.”