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Notícias / Netflix

Em novo filme da Netflix, ditador Pinochet é um vampiro de 250 anos que decide morrer

Em sátira da Netflix, o ditador Pinochet é um vampiro que, finalmente, decide morrer

Redação Publicado em 12/09/2023, às 12h18

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Imagens de 'O Conde', da Netflix - Divulgação/ Netflix
Imagens de 'O Conde', da Netflix - Divulgação/ Netflix

Na semana em que o mundo relembra os 50 anos do golpe de estado que derrubou o presidente Salvador Allende, no Chile, e marcou o início da ditadura sangrenta de Augusto Pinochet, a plataforma de streaming Netflix lança 'O Conde', uma sátira do cineasta Pablo Larraín, responsável por filmes como 'Spencer' e 'Jackie'. 

No filme, o ditador chileno é retratado como um vampiro de 250 anos que vive num semi-exílio e finalmente decide que é hora de morrer. "Augusto Pinochet é vampiro e está pronto para morrer, mas os abutres que o rodeiam ainda esperam uma última mordida", escreve a Netflix na sinopse do filme.

No longa, o ditador, interpretado por Jaime Vadell, fingiu a própria morte e passou a viver numa propriedade em ruínas localizada no interior da Patagônia. Quando os filhos suspeitam que podem ser os momentos finais do pai, passam ao rodear com o intuito de descobrir o destino do dinheiro que Pinochet roubou durante o regime. Ao mesmo tempo, a sátira mostra um caso adultero da esposa do ditador e uma freira que tem a missão de assassiná-lo. 

O filme, que será disponibilizado no catálogo da plataforma de streaming nesta sexta-feira, 15, "quer observar, entender e analisar os eventos que ocorreram no Chile e no mundo nos últimos 50 anos", explicou Larraín à Variety no ano passado. 

A ditadura de Pinochet espalhou terror pelo Chile. Durante o regime, inúmeras pessoas foram mortas e mais de 3 mil desapareceram, em casos que seguem não solucionados até os dias atuais. Ainda, sim, inúmeras pessoas tentam justificar os horrores do período ou negar o que aconteceu. 

Conforme repercutido pela AP, Larraín chama atenção para o fato que as ideias perversas podem sobreviver, se modificar e contaminar uma sociedade de maneira rápida, isso anos após terem sido consideradas 'exterminadas'. É a mesma lógica de vampiros que vivem num exílio infernal enquanto os seus 'herdeiros' tentam tomar o que é deles. 

A liberdade de Pinochet

"A cadeia de pensamento envolvia o facto de Pinochet ter morrido em completa liberdade – e com a mais vil e absurda impunidade. E essa impunidade o tornou eterno de certa forma - ainda nos sentimos quebrados por sua figura, porque ele não está realmente morto em nossa cultura", explicou o cineasta em entrevista ao Hollywood Reporter.

Ainda explicando o que inspirou o filme, Larraín também citou o filme 'Argentina, 1985' como exemplo. 

"Na Argentina, por exemplo – e Santiago Mitre fez um belo filme sobre isso no ano passado, Argentina, 1985 – pegaram esses criminosos e os colocaram na prisão. Isso de alguma forma criou um pacto nacional para que isso nunca mais acontecesse. Nunca tivemos isso no Chile, então sua figura permaneceu muito vívida e viva. Então, essa ideia nos levou à figura do vampiro e essa sátira era a única forma de nos aproximarmos dele", afirmou ele.