Durante entrevista, o ex-jogador do Qatar ainda disse que os torcedores que fazem parte da comunidade LGBTQIAP+ terão que “aceitar nossas regras"
Matheus Botosso Publicado em 08/11/2022, às 12h27
Khalid Salman, ex-jogador da seleção do Qatar e embaixador da Copa do Mundo, chamou a atenção da mídia ao dar uma polêmica declaração sobre a homossexualidade durante entrevista cedida para o canal de televisão alemã ZDF, que será transmitida nesta terça-feira, 8.
Ao decorrer da entrevista, Salman disse que a homossexualidade é um "dano mental", e que os torcedores homossexuais que vão assistir a Copa do Mundo direto no país, devem "aceitar nossas regras".
Além disso, o ex-atleta, que defendeu a seleção nacional nos anos 1980 e 1990, afirmou que a homossexualidade é um "haram" — termo utilizado para se referir a um pecado proibido no Islã. Conforme repercutido pelo G1, após as polêmicas declarações de Salman, o canal de televisão alemão interrompeu a entrevista.
Nancy Faeser, ministra do Interior da Alemanha, declarou que só assistirá o torneio assim que primeiro-ministro do emirado apresentar "garantias de segurança" para os torcedores LGBTQIAP+.
Desde que o Qatar foi escolhido como país-sede da Copa do Mundo de 2022, muitos países e seleções estão realizando protestos ou boicotes, em virtude do histórico de desrespeito em relação aos direitos humanos, além dos polêmicos casos de trabalhadores feridos ou mortos durante os projetos do país para realizar o torneio.
Os jogadores da seleção da Dinamarca, por exemplo, irão utilizar uniformes monocromáticos, pois, a seleção não quer chamar atenção durante os jogos da competição. Na França, Paris e outras cidades do país, não irão disponibilizar telões em suas regiões durante os jogos do torneio, para evitar eventos durante a Copa.
