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Desventuras / Mona Lisa

A Mona Lisa vai deixar o Louvre? Entenda o desfecho dessa confusão

Criada pelo italiano Leonardo da Vinci em 1503, a 'Mona Lisa' está exposta no Museu do Louvre, na França, desde 1797; entenda confusão!

'Mona Lisa' (1503), de Leonardo da Vinci - Domínio Público via Wikimedia Commons
'Mona Lisa' (1503), de Leonardo da Vinci - Domínio Público via Wikimedia Commons

Entre os séculos 14 e 16, a Europa — mais especialmente a Itália — viveu um período que ficaria conhecido nos livros de História como "Renascimento". Um movimento cultural, artístico e intelectual, ele marcou basicamente uma ruptura quanto à mentalidade medieval, buscando para a humanidade uma renovação nas artes, na ciência e no próprio pensamento humano.

Caracterizado pelo ressurgimento do interesse pelo conhecimento clássico greco-romano, pelo humanismo, pela valorização do indivíduo e pela ênfase na razão e na observação empírica, o Renascimento foi um período de grande criatividade e inovação em diversas áreas, incluindo arte, literatura, filosofia, ciência e exploração geográfica.

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'Mona Lisa' (1503), de Leonardo da Vinci / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Foi nesse cenário que grandes nomes da Arte despontaram, ficando famosos por todo o mundo e até mesmo superando os limites do tempo, consagrando-se na história, como o de Caravaggio, Sandro Botticelli, Rafael, Donatello e Michelangelo. Porém, aquele que ficaria mais conhecido entre todos, responsável pelo que é provavelmente a pintura mais famosa de toda a História, é Leonardo da Vinci, pintor da 'Mona Lisa'.

Sendo um dos maiores tesouros da humanidade, a 'Mona Lisa' foi criada em 1503 e, curiosamente, está no Museu do Louvre, na França, desde 1797. A razão para ela estar fora de seu verdadeiro berço, na Itália, é controversa e alimenta discussões até hoje. Entenda!

+ Se Leonardo da Vinci é italiano, por que a Mona Lisa está na França?

Fora de seu país

A 'Mona Lisa' foi produzida ainda no início do século 16 em Florença, na Itália. Nesta mesma época, aquela região da Europa vivia um cenário político complicado: ao mesmo tempo que o rei Francisco I da França tentava recuperar algumas regiões outrora francesas da Itália, ascendia na Itália a dinastia Médici, uma família que conquistou cada vez mais poder político na Itália e que começaram a governar partes do país.

Nesse cenário, Leonardo da Vinci percebeu que cairia em desgraça com os Médici, o que o forçou a colocar-se, em 1516, sob a proteção de Francisco I, que havia reconquistado Milão. E não demorou para que o rei francês notasse o talento de da Vinci e lhe pedisse uma encomenda única: um leão mecânico.

Quando da Vinci partiu da Itália para a França, levou consigo várias de suas obras, incluindo a própria 'Mona Lisa', que, eventualmente, ofereceu a Francisco I.

Desde então, a 'Mona Lisa' e outras de suas obras nunca mais deixaram o território da França, sendo esta famosa pintura uma peça chave no Museu do Louvre, em Paris, desde 1797 — exceto pela ocasião singular em que a 'Mona Lisa' foi roubada, em 1911, e reencontrada somente em 1913 em Florença, sua terra-natal.

Disputa

Com esse histórico, não surpreende que, desde séculos atrás, a 'Mona Lisa' seja reivindicada por italianos quanto por franceses — afinal, quem não gostaria de tê-la em suas terras? —, sendo inclusive essa uma das razões para ela ter sido roubada no início do século 20. E essa disputa pelo quadro existe até hoje.

No entanto, ao que tudo indica, a obra não deixará a França tão cedo. Na última terça-feira, 14, o Conselho de Estado francês rejeitou mais uma vez o pedido de uma associação italiana, a International Restitutions, que solicitava a restituição da 'Mona Lisa' "em nome dos descendentes dos herdeiros do pintor".

Segundo o Conselho de Estado francês, a solicitação é "claramente inaceitável", e ainda condenou a associação a pagar uma multa por realizar um procedimento "abusivo". Isso porque eles acreditam que apenas os próprios "legítimos proprietários" e herdeiros da 'Mona Lisa' poderiam recorrer à Justiça.

Além disso, os juízes também consideraram que decisões tomadas durante a monarquia francesa não poderiam ser abordadas, portanto, uma nova reivindicação italiana pela famosa obra de da Vinci se faz ainda mais difícil.