No local, foram encontrados esqueletos de 120 cavalos — o que sugere que sacrifício era prática comum na região
Escavações realizadas próximas às montanhas Liupan, no noroeste da China, revelaram restos de uma antiga cidade da Idade do Bronze que, no passado, continha palácio, fosso, cemitérios, poços de sacrifício — possivelmente uma prática comum —, oficinas de cerâmica e uma fundição de bronze.
Conhecida como Yaoheyuan, a antiga cidade foi, durante o Período Zhou Ocidental (1.045 a.C. - 771 a.C.), uma importante potência política e cultural. O estudo que descreveu a descoberta foi publicado no dia 3 de agosto na revista Antiquity.
O que mais chama atenção no local, porém, é o grande número de esqueletos de animais, e até mesmo humanos, encontrados por ali: segundo o Live Science, foram escavadas tumbas com ossos humanos desarticulados, bem como cavalos, bois, cabras, ovelhas, galinhas, cães e coelhos. O número de esqueletos de cavalos também surpreende, 120 no total, incluindo potros.
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O enterro sacrificial e o consumo de cavalos apontam não apenas para a riqueza e o status do governo Yaoheyuan, mas também para a disponibilidade de cavalos nesta região", pontuam os arqueólogos no estudo. "Os cavalos foram um dos recursos mais importantes no noroeste da China durante o período Zhou Ocidental."
Além do grande número de esqueletos, também foi descoberto nas ruínas da antiga cidade de Yaoheyuan o mais antigo local de fundição de bronze conhecido do período Zhou Ocidental. Ali, existiam tanques de lama e restos de uma mistura de argila utilizada para fazer moldes, fornos e fundações de edifícios.
Também foram escavados no local outros objetos mais comuns daquela sociedade, como restos de casas, cinzeiros, poços de armazenamento, fornos e estradas. Dentro das muralhas que rodeavam a cidade também foi apontada uma intrincada rede de canais, estes que cruzam toda a comunidade.
"Estas descobertas incomparáveis fornecem novas evidências significativas para examinar a paisagem política e cultural do noroeste da China e, de forma mais ampla, para reavaliar as relações entre centros e periferias durante o final da Idade do Bronze chinesa", pontuam, por fim, os pesquisadores.