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Notícias / Zumbi

Na Alemanha, ‘túmulo de zumbi’ de mais de 4 mil anos é descoberto em escavação

O túmulo remonta a Idade do Bronze e característica peculiar chama atenção por tentar impedir “morto-vivo”; entenda!

Isabelly de Lima Publicado em 22/04/2024, às 11h18 - Atualizado em 27/04/2024, às 13h56

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Arquólogos e o túmulo encontrado na Alemanha que seria de um "zumbi" - Reprodução / Secretaria de Estado de Preservação de Monumentos e Arqueologia Saxônia-Anhalt
Arquólogos e o túmulo encontrado na Alemanha que seria de um "zumbi" - Reprodução / Secretaria de Estado de Preservação de Monumentos e Arqueologia Saxônia-Anhalt

Durante escavações realizadas próximas ao vilarejo alemão de Oppin, arqueólogos do Escritório de Estado para Preservação de Monumentos e Arqueologia da Saxônia-Anhalt realizaram uma descoberta um tanto quanto instigante: um sepultamento apelidado de "túmulo de zumbi". Mas, calma, zumbis não existiam no passado. 

Essas escavações são conduzidas em preparação para a expansão da rede da linha de corrente contínua Südostlink, que incluirá um trecho de 150 quilômetros de extensão através da Saxônia-Anhalt e será objeto de estudos arqueológicos até 2025.

O túmulo em questão remonta por volta de 4.200 anos, durante a Idade do Bronze, e abriga os restos mortais de um homem que teria entre 40 e 60 anos na época de sua morte. Uma característica notável é a presença de um grande bloco de pedra posicionado na metade inferior do corpo.

Este cenário sugere que o bloco foi colocado com o intuito de impedir que o indivíduo retornasse à vida como um revenant, um conceito temido e presente em diversas culturas antigas, segundo o Heritage Daily.

"É um homem adulto, com cerca de 40 a 60 anos. Ele está deitado sobre o lado esquerdo, com as pernas dobradas", explicou um dos profissionais da escavação, Uwe Moos, conforme repercutido pelo Arkeo News. "Uma grande pedra, com cerca de um metro de comprimento, 50 centímetros de largura e dez centímetros de altura, está apoiada na parte inferior de suas pernas". Ele também disse que "a pedra pesada pretendia impedi-lo de voltar". 

“Mortos-vivos”

Na Idade da Pedra, as pessoas já temiam que os mortos pudessem se libertar de seus túmulos. Os revenants, cadáveres reanimados, são um tema recorrente em diferentes culturas, incluindo a mitologia celta irlandesa, as tradições nórdicas e diversas narrativas folclóricas europeias.

"Sabemos que mesmo na Idade da Pedra as pessoas tinham medo de 'revenants' desagradáveis. As pessoas queriam evitar isso com magia", explicou a líder do projeto e arqueóloga Susanne Friederich. "Existem sepulturas onde o cadáver fica até de bruços. Naquela época, as pessoas acreditavam que os mortos às vezes tentavam se libertar de suas sepulturas. Se ele estiver de bruços, ele se enterra cada vez mais fundo, em vez de subir à superfície (...) também há cadáveres deitados de bruços que também foram perfurados com uma lança, então ficaram praticamente fixados no chão".

O túmulo está associado à cultura Bell Beaker, que também é conhecida como complexo Bell Beaker, uma sociedade da Idade do Bronze que se espalhou pela Europa Ocidental e áreas costeiras do noroeste da África por volta de 2.800 a.C. O termo "Bell Beaker" deriva do formato peculiar de seus vasos, uma característica marcante dessa cultura.

Apesar de não deixar registros escritos, a cultura Bell Beaker é objeto de especulações sobre suas origens linguísticas, com algumas teorias sugerindo uma ligação com as raízes indo-europeias.