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Notícias / História

Privadas datadas do tempo bíblico revelam evidência de diarreia por parasita

As fossas analisadas foram encontradas em antigos edifícios da elite de Jerusalém e revelaram evidência curiosa

Redação Publicado em 26/05/2023, às 15h29 - Atualizado às 15h54

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Fossa encontrada em Jerusalém - Divulgação / F. Vukasavovic
Fossa encontrada em Jerusalém - Divulgação / F. Vukasavovic

Pesquisadores examinaram amostras de fezes coletadas de dois assentos sanitários em Jerusalém, que remontam ao período do reino bíblico de Judá, e descobriram vestígios do protozoário Giardia duodenalis, um parasita que causa diarreia em seres humanos. Os cientistas acreditam que esta seja a primeira evidência registrada desse parasita infectando pessoas. A descoberta foi publicada na revista Parasitology nessa sexta-feira (26).

O estudo foi realizado por especialistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, e da Autoridade de Antiguidades de Israel. Os pesquisadores afirmam ter encontrado “a primeira evidência microbiológica para doenças diarreicas infecciosas que teriam afetado as populações do antigo Oriente Próximo”.

Piers Mitchell, do Departamento de Arqueologia de Cambridge, principal autor do estudo, afirmou em comunicado: “O fato desses parasitas estarem presentes em sedimentos de duas fossas de Jerusalém da Idade do Ferro sugere que a disenteria era endêmica no Reino de Judá”.

A disenteria é “um termo que descreve doenças infecciosas intestinais causadas por parasitas e bactérias que desencadeiam diarreia, cólicas abdominais, febre e desidratação”, segundo Mitchell.

Essa condição pode ser fatal, especialmente para crianças pequenas, e é transmitida através de fezes presentes em alimentos ou em água potável, de acordo com informações da Galileu.

Extração do material

As amostras de fezes utilizadas no estudo foram obtidas de dois banheiros, um datado do século 7 a.C. e outro do século 7 ao início do século 6 a.C. Esses assentos estavam localizados em dois complexos de edifícios escavados ao sul da Cidade Velha, durante o período em que Jerusalém era a capital de Judá, enquanto estava sob o controle do Império Assírio.

No entanto, nem todos tinham acesso aos assentos sanitários.Mitchell conta que os “banheiros com fossas dessa época são relativamente raros e geralmente eram feitos apenas para a elite”. A equipe de pesquisa analisou as fezes utilizando uma técnica biomolecular chamada “ELISA”, cujos anticorpos se ligam às proteínas produzidas por específicas espécies de organismos unicelulares.