Durante evento realizado no sábado, 1, o rei da Holanda pediu desculpas pela escravidão no país
Redação Publicado em 03/07/2023, às 08h53 - Atualizado às 09h00
Em um evento oficial realizado para marcar os 160 anos do fim da escravidão nas colônias holandesas, no último sábado, 1, o rei Willem-Alexander da Holanda pediu desculpas pelo envolvimento histórico de seu país na escravidão e pelas suas repercussões contínuas.
Hoje estou aqui diante de vocês como seu rei e como parte do governo. Hoje estou me desculpando", disse Willem-Alexander. "E sinto o peso das palavras em meu coração e em minha alma."
"Neste dia em que lembramos a história da escravidão holandesa, peço perdão por este crime contra a humanidade", completou o monarca. Em 2022, o rei encomendou um estudo para investigar o papel preciso desempenhado pela família real holandesa, a Casa de Orange-Nassau, durante o período da escravidão. Os resultados desse estudo estão previstos para serem divulgados em 2025.
Recentemente, um levantamento paralelo revelou que a Casa de Orange-Nassau obteve lucros equivalentes a cerca de US$ 600 milhões, em valores atuais, provenientes da escravidão nas colônias holandesas entre 1675 e 1770, incluindo investimentos na Companhia Holandesa das Índias Orientais.
Segundo o UOL, descendentes de escravos das ex-colônias holandesas, como Suriname, Aruba, Bonaire e Curaçao, participaram do evento em Amsterdã, conhecido como "Keti Koti", que significa "quebrar correntes" em Sranan Togo, uma língua crioula falada em Suriname.
A rainha Maxima e Mark Rutte, o primeiro-ministro, também estiveram presentes nas comemorações de Keti Koti. Ativistas presentes no evento pediram ao rei para se desculpar pela instituição da escravidão em seu discurso. Linda Nooitmeer, presidente do Instituto Nacional de História e Legado da Escravidão, disse: "Isso é importante, especialmente porque a comunidade afro-holandesa considera importante".
A Holanda se tornou uma das principais potências coloniais europeias no século 17 e foi responsável por aproximadamente 5% do comércio transatlântico de escravos. O reconhecimento do passado e o pedido de desculpas do rei Willem-Alexander podem ser considerados passos significativos para enfrentar as injustiças históricas.
