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Matérias / Albert Einstein

Direta e curta: A inesperada resposta de Einstein ao ser questionado sobre OVNIs

Após um episódio intrigar os Estados Unidos nos anos 50, uma carta escrita pelo físico surpreendeu os norte-americanos

Ingredi Brunato Publicado em 18/03/2023, às 09h00

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Ilustração mostra o gênio Albert Einstein - Pixabay/mahaveer8
Ilustração mostra o gênio Albert Einstein - Pixabay/mahaveer8

No último mês de fevereiro, as Forças Armadas dos Estados Unidos divulgaram o rastreamento e derrubada de inúmeros OVNIs (objetos voadores não identificados) que sobrevoavam a América do Norte. 

Um dos primeiros deles, que o exército norte-americana derrubou na Carolina do Sul fazendo uso de um míssil, se revelou um balão chinês repleto de equipamentos de espionagem que teria atravessado pontos estratégicos do país — mais especificamente, bases militares que armazenavam armas nucleares. 

O OVNI, embora não tivesse nada a ver com espaçonaves alienígenas, chamou grande atenção da imprensa internacional. O interesse por objetos misteriosos flutuando nos céus, como bem sabemos, não é de hoje: de tempos em tempos o tópico volta a atiçar a curiosidade pública. 

Imagem de uma suposta nave espacial divulgada pela Marinha do Estados Unidos / Crédito: Divulgação / YouTube / Pentagon

Um desses períodos foi 1952, quando, na madrugada de 19 de julho, controladores de tráfego dos EUA identificaram um grupo de objetos desconhecidos sobrevoando a Casa Branca, residência oficial do presidente do país, e Capitólio, que é a sede do Congresso estadunidense. 

Evidentemente, o espaço aéreo acima desses importantes prédios do governo norte-americano é restrito ao público, de forma que é preciso ter uma autorização oficial para adentrá-lo. A inesperada ocorrência noturna, portanto, gerou alerta imediato. 

Radares

Os objetos teriam permanecido circulando pela região durante cerca de quatorze minutos, de acordo com registros do jornal Washington City Paper, porém desaparecido dos radares de maneira súbita. A aeronáutica estadunidense teria ainda enviados um jet militar F-94 para investigar a área, mas os oficiais não encontraram nada. 

Em 2001, o veículo entrevistouHoward Coklin, que trabalhava na torre de controle do Aeroporto Nacional de Washington na época do episódio, estando justamente no turno da noite. O homem, que já tinha então 82 anos, revelou como foi presenciar o bizarro acontecimento: 

Estávamos rastreando um voo que acabara de decolar quando, de repente, outro alvo apareceu. Era muito errático, indo para a esquerda e para a direita. Sabíamos que não era um avião, porque um avião voa em uma só direção", contou o senhor. 

"Mas era um sinal forte, exatamente como um avião. Então, um homem chamado Harry Barnes do centro de controle de tráfego da rota aérea [ARTC] abaixo de nós ligou para a torre de controle. Ele queria saber se tínhamos visto o que ele viu, o que quer que fosse", acrescentou Coklin ainda a respeito daquela curiosa noite de julho de 52. 

A aeronave que havia acabado de decolar, por sua vez, era pilotada por Casey Pierman, que já tinha 17 anos de experiência nos ares. Após ser questionado pelos controladores de tráfego a respeito de "luzes suspeitas" nas proximidades do avião, ele reportou a presença de cerca de meia dúzia de pontos luminosos, descrevendo-os como "estrelas cadente sem caudas". 

Os comentários de Pierman e o comportamento estranho dos objetos não identificados nos radares aéreos (tal como o teor repentino tanto de seu aparecimento quanto de seu desaparecimento) chegou com estrondo às manchetes dos Estados Unidos três dias mais tarde, em um caso que ficou conhecido como "A invasão de Washington". 

A popularidade do acontecimento tornou especulações a respeito de OVNIs uma parte comum do dia-a-dia dos norte-americanos. Uma prova disso, aliás, é a quantidade recorde de avistamos de objetos voadores não identificados relatados por civis às autoridades do país durante julho — foram mais de 500 relatos. 

Consultando um especialista

Foi neste contexto em que o reverendo evangélico Louis A. Gardner decidiu enviar uma carta para um homem acostumado a esclarecer tópicos complexos, pedindo qual era sua opinião a respeito dos eventos recentes. 

O destinatário da mensagem do religioso era ninguém menos que Albert Einstein. Então na casa dos 70 anos, o renomado cientista alemão era detentor de grande fama e respeito devido às suas contribuições para o campo da Física. 

Albert Einstein em fotografia / Crédito: Domínio Público

Gardner queria saber se o criador da teoria da relatividade geral achava que os OVNIs eram alienígenas — e, se sim, perguntava se era mais provável que viessem de Marte ou de Vênus —, ou então se os objetos voadores consistiriam de inovadoras tecnologias militares desenvolvidas pelo próprio governo dos Estados Unidos ou possivelmente até por nações inimigas. 

Vale enfatizar aqui que, devido ao seu status celebridade, Einstein sem dúvida recebia muitas cartas, e Gardner não tinha razão para pensar que o físico lhe daria algum tratamento especial, de forma que teria ficado surpreso quando de fato recebeu uma resposta, conforme repercutiu o portal Mental Floss. 

Com apenas 3 linhas, a reação do cientista alemão às dúvidas apresentadas pelo reverendo era incrivelmente sucinta e, o que é mais estranho, desprovida de curiosidade.

Isso, pois, ainda segundo o site, naquele mesmo ano Albert Einstein teria, em entrevista ao seu biógrafo, descrito a si mesmo da seguinte maneira: "Não tenho talentos especiais. Sou apenas intensamente curioso". 

Quando o assunto era objetos voadores não identificados, todavia, o físico parecia estar notavelmente desinteressado: 

Caro senhor, aquelas pessoas viram alguma coisa. O que é, eu não sei e não estou curioso em saber", escreveu ele em sua resposta. 
A carta / Crédito: Divulgação/ Universidade de Califórnia do Sul 

Ainda que curta, a carta de Einstein acabou se tornando notícia nos Estados Unidos — o que por coincidência ocorria ao mesmo tempo em que outro avistamento semelhante nos céus da cidade de Washington chamava atenção, esse tendo se dado na noite de 27 de julho. 

Dessa vez, sinais referentes a 14 objetos diferentes teriam sido captados, com um sargento militar que testemunhou o fenômeno tendo relatado ter também visto luzes velozes semelhantes a estrelas cadentes sem cauda. 

O desenvolvedor da teoria da relatividade geral, todavia, não voltaria a se manifestar publicamente a respeito de OVNIs.