Múmia exposta de Nesiamon, um padre e escriba egípcio - Museus e Galerias de Leeds
Múmias

5 curiosidades sobre Nesiamon, a polêmica múmia que ‘voltou a falar’ graças à ciência

Sacerdote egípcio que viveu durante o reinado de Ramsés XI, há três mil anos, voltou a falar após inúmeras pesquisas e ao uso de impressora 3D

Fabio Previdelli Publicado em 02/08/2020, às 08h00

Nesiamon foi um sacerdote egípcio que viveu durante o reinado do faraó Ramsés XI, há 3 mil anos, no templo de Karnak, perto da atual Luxor, no Egito. Em vida, se dedicou a recitar orações e a cantar ao deus Amon. Em janeiro desse ano, pesquisadores fizeram uma descoberta incrível: foi possível escutar segundos da voz de Nesiamon.

Conheça 5 fatos sobre a múmia de Nesiamon:

1. "Sobrevivente" de bombardeio

Na noite de 14 de março de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, uma porção de bombas incendiárias e explosivas foram jogadas sobre a cidade de Leeds, na Inglaterra, pela Luttwaffe nazista.

Múmia exposta de Nesiamon / Crédito: Museus e Galerias de Leeds

 

Uma delas, inclusive, caiu sobre o museu arqueológico da cidade, o que acabou destruindo duas das três múmias que estavam em exposição. Por sorte, a sobrevivente acabou sendo a de Nesiamon.


2. Sarcófago amaldiçoado?

Segundo o conceituado egiptólogo Paul Harrison, autor do livro A Maldição das Tumbas dos Faraós, algumas pessoas que visitaram o sarcófago do sacerdote, no Museu de Leeds, alegaram que tiveram alucinações e visões de cenários de matança e de incêndios, além de avistarem criaturas de além-túmulo na frente do sarcófago. Todavia, o assunto não foi além.


3. Reconstrução de seu trato vocal

Mesmo após milênios de sua morte, seus restos mortais ainda impressionam pelo estado de conservação. A preservação era tamanha, que uma equipe de cientistas da Universidade Royal Holloway, de Londres, o colocaram em um scanner de raios X e conseguiram estudar seu trato vocal, que posteriormente foi reconstruído com uma impressora 3D.

Imagem da reconstrução do trato vocal de Nesiamon / Crédito: Divulgação/ Universidade Royal Holloway

 

Assim, conseguiram obter um resultado semelhante a um som breve, que sonoramente é similar à vogal “e”, que segundo os pesquisadores, seria a mesma voz que os antigos ouviam retumbar no templo de Karnak.

A limitação a uma vogal se dá porque os pesquisadores se limitaram a tentar recriar o som que aquele trato vocal emitiria da maneira que está preservado.

“Sua língua encolheu, provavelmente pela desidratação. Se tivéssemos que reproduzir sua fala teríamos que criar uma língua com uma forma que pareça razoável para sua boca”, explica o engenheiro eletrônico David Howard, que lidera o projeto junto ao arqueólogo John Schofield. “Estamos vendo se poderíamos criar algumas palavras ou um canto de Nesiamon mediante uma simulação por computador”.


4. Polêmica no Egito

Apesar do impressionante feito, o projeto não agradou a todos. Isso porque, o resultado gerou discórdia no congresso Egípcio, principalmente quando o parlamentar Shereen Farrag criticou os ministérios da arqueologia e educação por não fazerem descobertas semelhantes, e deixarem para países europeus explorarem a história do país.

"Enquanto cientistas da Europa estão revelando os segredos do Egito faraônico, cientistas e autoridades egípcias, que possuem centenas de múmias aqui, estão atrasadas na descoberta dos segredos de nossa própria civilização antiga".

Espectrogramas da voz de Nesiamon / Crédito: Divulgação/ Universidade Royal Holloway

 

Entretanto, outros parlamentares saíram em defesa dos ministérios do país e afirmaram que eles estão defasados em relação à Europa, muito em virtude das questões monetárias.

Além do mais, muito foi feito para minimizar o estudo britânico, com professores de universidades na cidade do Cairo chegando a dizer que a voz das múmias sai naturalmente da boca, depois que o ar atinge as curvaturas do trato vocal.


5. Novas possibilidades

Apesar das controvérsias, a impressão em 3D do trato vocal do sacerdote é baseada numa técnica que foi proposta pelo engenheiro e baixo-barítono Bertrand Delvaux que, ao seu entender, “abre um novo mundo de possibilidades: a recriação de vozes do passado para estudar como evoluem as características da voz com o passar do tempo”.

Além do mais, ele entende que a desintegração de alguns tecidos, como o palato mole, não interferem nas pesquisas que visam obter um simples esboço das vozes originais das múmias.


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