Faixada da Grande Mesquita de Pantin, França - Divulgação/Youtube/EFE Brasil
França

Após ataque à professor, mesquita na França é fechada pelo governo

A mesquita havia postado em sua página no Facebook um vídeo que expunha o comportamento do professor de história Samuel Paty contra o profeta Maomé em sala de aula

Giovanna de Matteo Publicado em 20/10/2020, às 14h13

O governo da França decidiu fechar temporariamente uma mesquita nesta terça-feira, 20, como parte de uma punição aos suspeitos de terem colaborado com o assassinato de um professor que exibiu uma caricatura do profeta Maomé para seus alunos durante uma aula.

A Grande Mesquita de Pantin está localizada num subúrbio da periferia do nordeste da capital. Através da página oficial no Facebook, a mesquita havia compartilhado um vídeo que criticava e expunha o comportamento do professor de história Samuel Paty contra a religião, antes de acontecer o ataque. A mesquita então está sendo condenada por ter promovido o ódio contra o assassinado.

O reitor da mesquita pediu desculpas pelo vídeo antes mesmo de acontecer a decapitação de Paty, pois o post teria causado ataques virtuais violentos contra o professor.

No vídeo, o pai de um dos alunos mulçumanos que estavam na aula afirmou que o professor de história pediu para que os fiéis saíssem da classe antes de mostrar as caricaturas de Maomé, e que isso implicaria preconceito. Segundo ele, o vídeo seria uma forma de expor a preocupação com as crianças muçulmanas.

Do lado de fora do templo islâmico, a polícia francesa colocou avisos sobre a ordem de fechamento do lugar. Enquanto isso, as autoridades reagiam com uma resposta dura contra aqueles que eles chamaram de "disseminadores de mensagens de ódio", "pregadores polêmicos" e estrangeiros, que acreditam representar uma ameaça à França.

A nota emitida pelo chefe do departamento de Seine-Saint-Denis declarava que o despacho de seis meses dessa mesquita teve “o único propósito de prevenir atos de terrorismo."

O episódio de homicídio cometido por um extremista aconteceu apenas algumas semanas depois do presidente Emmanuel Macron expressar tormento com o que ele denominou de “separatismo islâmico”.

No início deste mês, Macron teria declarado que “o Islã é uma religião que está em crise em todo o mundo hoje, não estamos vendo isso apenas em nosso país” - o comentário causou grande polêmica entre os fiéis.

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