O assassinato de Romina Ashrafi chocou o Irã e está causando repercussão
Penélope Coelho Publicado em 29/05/2020, às 11h10
A adolescente Romina Ashrafi tinha somente 14 anos quando teve sua vida interrompida brutalmente. A menina havia fugido de casa, na província de Guilán, no Irã, com seu namorado de 35 anos. Essa fuga aconteceu, após o pai da garota não aceitar o casamento da filha.
Porém, a fuga não levou muito tempo e o casal foi logo encontrado pela polícia iraniana. Romina foi mandada de volta para sua casa, mesmo depois de dizer para as autoridades que temia por sua vida.
A garota foi morta na semana passada por seu próprio pai, cinco dias depois de ter fugido. O pai de Ashrafi é acusado de ter decapitado a menina com uma foice enquanto ela dormia. Após o crime, o homem teria saído para seu quintal, mostrando a foice suja do sangue da filha.
Após se entregar para a polícia, o homem declarou que aquele tinha sido um crime de honra. Essa prática já é conhecida no Irã, quando pessoas cometem crimes familiares e alegam que as vítimas estariam causando uma espécie de problema para a honra daqueles parentes.
Consequências
O assassinato da menina teve grande repercussão na imprensa iraniana e agora no mundo, chamando a atenção para a violência cometida contra mulheres e meninas no país.
As leis do Irã reduzem o tempo e a intensidade das punições para familiares nos chamados crimes de honra. Caso um homem seja condenado por ter matado um membro de sua família nessas circunstancias, ele é sentenciado entre três e dez anos de prisão, e não com sentença de morte, como é comum no Irã. Na condição de ser considerado culpado pelo crime, o mesmo irá acontecer com o pai de Romina.
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