Coração de Dom Pedro I em estado de conservação - Reprodução/Youtube/Irmandade da Lapa
Dom Pedro I

Arqueóloga opina vinda do coração de Dom Pedro I: 'Não vejo razão'

O coração de Dom Pedro I chegará ao Brasil na próxima segunda-feira, 22

Isabelly de Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 19/08/2022, às 18h49

Na próxima segunda-feira, 22, chega a Brasília o coração de D. Pedro I, que será emprestado ao Brasil por Portugal para as comemorações dos 200 anos da Independência. Após quatro meses de negociação, finalmente o coração chegará em solo brasileiro.

Tal transição do artefato divide opiniões, diversos intelectuais, nos dois países, se manifestaram contra o translado. A historiadora e arqueóloga brasileira Valdirene Ambiel, a viagem do coração é um desrespeito à memória de D. Pedro I e pode ser instrumentalizada como propaganda política.

Para a RFI, a historiadora comentou que “em 1972 foi quando o corpo de D. Pedro foi trasladado para o Brasil, lamentavelmente foi usado de maneira política, durante o regime militar”.

O bicentenário é um evento muito importante, mas, acima de tudo, nós brasileiros temos que nos preocupar com a reflexão sobre a nossa independência. Não que a figura de D. Pedro tenha que ser esquecida, jamais, nem a importância dele para esse país”, completa ela.

Corpo de Dom Pedro I

Emílio Garrastazu Médici, então presidente militar, coordenou o traslado do corpo de D. Pedro I de Portugal para o mausoléu do Monumento à Independência, em São Paulo, para as comemorações dos 150 anos da Independência, segundo o G1.

“O que eu observei 40 anos depois, em 2012, é que não houve respeito pelo ser humano, pelo estado em que encontrei o corpo de D. Pedro”, diz Valdirene Ambiel. Para ela, o pedido do coração para exposição no Museu do Ipiranga é, além de tudo, um gasto desnecessário de dinheiro público.

Eu, como cidadã brasileira, no momento complicado do nosso país, inclusive para nós da área científica, que temos cortes muito grandes de pesquisa há muitos anos, não vejo razão para que haja gasto de dinheiro público com esse transporte. Acredito que se nós tivéssemos mais investimento não apenas na ciência, mas principalmente na educação de base, seria fundamental e inclusive uma homenagem a D. Pedro, que foi quem reconheceu a profissão e professor nesse país”, desabafa Ambiel
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