O Lago Ohrid - Wikimedia Commons / Apcbg
Vila de palafitas

Arqueólogos encontram em lago destroços que podem ser da vila de palafitas mais antiga da Europa

Destroços foram encontrados no lago Ohrid, também conhecido como a "Pérola dos Bálcãs"

Giovanna Gomes Publicado em 11/08/2023, às 15h04 - Atualizado em 14/08/2023, às 14h40

Uma equipe de arqueólogos pode ter encontrado o vilarejo mais antigo à beira de um lago na Europa. De acordo com relatórios da Agência France-Presse (AFP) divulgados nesta sexta-feira, 11, foram descobertos nas águas do lago Ohrid — conhecido como a "Pérola dos Bálcãs" — destroços do que teria sido um assentamento de palafitas que existiu há 8 mil anos.

Segundo uma datação por radiocarbono, a vila teria existido entre 6 mil e 5,8 mil a.C., sendo, portanto, "várias centenas de anos mais antiga do que os sítios lacustres conhecidos anteriormente no Mediterrâneo e nos Alpes", disse Albert Hafner, professor de arqueologia da Universidade de Berna, na Suíça, à AFP.

Escavações em Lin

Segundo a revista Galileu, nos últimos quatro anos, uma equipe de arqueólogos suíços e albaneses liderada por Hafner conduziu escavações em Lin — no lado albanês do lago que separa a Macedônia do Norte e a Albânia.

Durante uma recente expedição de mergulho, os pesquisadores descobriram evidências de um assentamento fortificado, com milhares de tábuas pontiagudas utilizadas como barricadas defensivas. Estima-se que cerca de 100 mil dessas estacas tenham sido fincadas no fundo do lago. 

Hafner observou que "para se protegerem dessa forma, os habitantes tiveram que derrubar uma floresta". No entanto, a razão por trás da necessidade de construir extensas fortificações ainda é um mistério — e os arqueólogos estão buscando respostas para essa pergunta.

Fragmentos encontrados

Ao examinar o fundo do lago com a ajuda de mergulhadores profissionais, os arqueólogos identificaram fragmentos fossilizados de madeira, além de pedaços de carvalho.

Como explicou a fonte, a análise dos anéis de crescimento das árvores permitiu aos especialistas reconstruir aspectos da vida diária dos habitantes da vila, que provavelmente abrigava entre 200 e 500 pessoas. Esses moradores habitavam casas construídas sobre palafitas acima da superfície do lago ou em áreas frequentemente inundadas pelas águas em ascensão.

Construir sua aldeia sobre palafitas foi uma tarefa complexa, muito complicada, muito difícil, e é importante entender por que essas pessoas fizeram essa escolha", afirmou Anastasi.

Atualmente, os cientistas supõem que a aldeia dependia da agricultura e da pecuária como fontes de alimento. Ilir Gjepali, um professor de arqueologia albanês envolvido no projeto, comentou que foram encontrados no local diversas sementes, restos de plantas e ossos de animais selvagens e domésticos. A conclusão completa do estudo sobre a antiga vila levará ainda duas décadas, conforme reportado pela AFP.

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