Barris encontrados na França - Divulgação
Arqueologia

Barris preservados revelam informações sobre o comércio de vinho romano

Estudo feito com três barris datados entre os séculos 1 e 4 permitiu que os arqueólogos tivessem um conhecimento de como eles foram construídos e qual papel desempenharam no antigo comércio do vinho

Fabio Previdelli Publicado em 05/01/2021, às 17h23 - Atualizado às 17h28

O estudo de vários barris de vinho da era romana perfeitamente preservados, que foram encontrados em Reims, um comuna da França, permitiu que arqueólogos tivessem um conhecimento mais aprofundado de como eles foram construídos e de qual papel desempenharam no antigo comércio de vinho.  

Os três barris foram descobertos em 2008, na margem direita do rio Vesle que atravessa Reims. Datados entre os séculos 1 e 4, eles foram encontrados em “excelente estado de conservação”. A análise de traços das aduelas do barril revelou vestígios dos ácidos málico e tartárico, que são indicadores comuns de fermentação alcoólica. 

Além disso, havia marcas nos barris que indicavam que eles haviam sido usados no comércio de vinhos antes de serem eventualmente reaproveitados para o armazenamento de água. Cada barril era composto de 22 a 25 aduelas de dois metros de comprimento e tinha capacidades de 1.000 a 1.200 litros. 

O estado de conservação era tal que os investigadores conseguiram identificar como eles foram montados e de onde provêm todas as peças.

Por exemplo, a madeira utilizada na sua construção não era carvalho, mas sim abeto europeu. As aduelas foram então moldadas, como são até hoje, por ferramentas como o enxó, com marcas ainda claras no interior dos recipientes. 

Marcas feitas nos barris / Crédito: Divulgação

 

Um total de 45 marcas foram encontradas nos três barris, feitas em cada um dos processos de sua produção, desde sua montagem por um mestre artesão, até sua venda aos fornecedores, como se fossem uma espécie de selo de qualidade do produto.  

“Assim, fica claro que muitos agentes diferentes do setor vitivinícola estiveram envolvidos. Esta rede reúne viticultores, artesãos, comerciantes, transportadores e agentes em circulações de notável âmbito geográfico, provincial e econômico, baseado — como era a antiga indústria têxtil — na colaboração de um grande número de artesãos especializados”, explicam os pesquisadores.  

Os restos do barril estão em exibição em Reims, como parte de uma exposição financiada pela empresa Champagne Taittinger. O estudo completo foi publicado no OpenEdition Journals

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