Alguns dos tesouros que compõe a coleção conhecida como Tesouro dos Guelfos - Wikimedia Commons
Nazismo

Disputa por tesouro comprado por nazistas vai parar em Suprema Corte, nos EUA

Herdeiros de vendedores de arte judeus argumentam que os artefatos dos séculos 11 até 14 foram tomados sob ameaças de morte

Wallacy Ferrari Publicado em 09/12/2020, às 10h40

A Suprema Corte dos Estados Unidos passou a analisar, a partir da última segunda-feira, 7, o processo de descendentes de negociantes de artes judeus contra o governo alemão pela posse de uma coleção de artefatos religiosos, conhecida como Tesouro dos Guelfos, supostamente apropriada ilegalmente pelos nazistas durante o século 20.

A coleção de ouro, joias raras e obras de pintura e artesanato datadas entre os séculos 11 e 14 fazem parte do Museu de Artes Decorativas, em Berlim, mas fora adquirida em 1929 e entregue ao Estado prussiano em 1935, inclusive sendo usada para presentear Adolf Hitler pelo então primeiro-ministro da Prússia e chefe da Força Aérea Alemã, Hermann Göring.

De acordo com o argumento dos herdeiros de negociantes judeus, os presentes foram fruto de extorsão, relatando que um dos comerciantes chegou a receber ameaças de assassinato para ceder a coleção por um valor muito abaixo do que avaliavam.

Um dos tesouros que compõe a coleção conhecida como Tesouro dos Guelfos / Crédito: Wikimedia Commons

 

A Fundação do Patrimônio Cultural Prussiano rebate o argumento, afirmando que, em 1935, a crise econômica global havia “deprimido o mercado artístico”, ocasionando na proposta baixa.

De acordo com o UOL, o governo alemão acrescenta que a ação é improcedente, acrescentando em comunicado que, ao longo das décadas seguintes ao ocorrido, fez questão de fornecer mais de 100 bilhões de dólares (cerca de 510 bilhões de reais) em compensação de vítimas da era nazista.

O presidente da fundação que administra o Museu de Artes Decorativas, Hermann Parzinger, disse que “a Alemanha é a jurisdição adequada para um caso que envolve a venda de uma coleção de arte medieval alemã por negociantes de arte alemães para um estado alemão”.

Sobre Adolf Hitler 

Hitler foi o líder do Partido Nazista alemão na década de 1930 e suas ações culminaram na Segunda Guerra Mundial, o conflito mais sangrento da história. Foi responsável pelo genocídio de oito milhões de pessoas, em sua maioria judeus.

Hitler passou os últimos meses de vida em um bunker, que virou seu quartel-general, de onde ele comandava as ações do Exército nas últimas batalhas da Segunda Guerra. O local era, claro, muito bem protegido, mas os Aliados sabiam de sua existência – mesmo que não conhecessem detalhes da estrutura.

Foi nesse ambiente, cerca de 12 metros abaixo do solo, que Hitler resistiu até 30 de abril de 1945. Nesse dia, ele se despediu formalmente dos mais próximos e, depois do almoço, trancou-se em seus aposentos com Eva Braun, com quem havia se casado na véspera. Ouviu-se apenas um tiro. Hitler foi encontrado com a cabeça estraçalhada e a pistola caída no colo.

20 milhões de civis foram vítimas diretas da atrocidade nazista, 6 milhões deles judeus, os demais ciganos, homossexuais e , a maioria, civis de países conquistados.

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