Recusando a renovação do contrato com dados incorretos, o presidente afirmou que o canal divulga conteúdos esquerdistas ligados ao Patrono da Educação
André Nogueira Publicado em 16/12/2019, às 10h36
Em entrevista realizada nesta segunda-feira, 16, em frente ao Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro chamou Paulo Freire, Patrono da Educação, de "energúmeno". A ofensa foi proferida durante uma declaração do presidente sobre a descontinuidade do contrato da TV Escola com o MEC.
“Os caras estão há 30 anos sendo formados assim. Tem muito formado aqui em cima dessa filosofia do Paulo Freire da vida. Esse energúmeno aí ídolo da esquerda”, afirmou o presidente da República. Segundo Bolsonaro, a continuidade do canal custaria R$ 350 milhões aos cofres públicos.
Sobre o programa TV Escola, ele afirmou: “É uma programação totalmente de esquerda. Ideologia de gênero. Dinheiro público usado para isso. Tem que mudar isso aí. Daqui 10 anos ou 15 anos vai ter reflexo isso daí”. Com essa espécie de justificativa, o ministério de Abraham Weintraub não assinou o contrato de renovação do canal.
Entretanto, Roquette Pinto, dono da associação responsável pelo canal, divulgou que "a proposta de um novo contrato com a ACERP previa um investimento ao redor de R$ 70 milhões por ano na TV Escola, muito próximo do valor previsto para 2019, quantia essa que compromete apenas 0,06% do orçamento do MEC previsto para este ano, segundo o Portal da Transparência". Ou seja, os dados divulgados pelo presidente são incorretos.
Bolsonaro ainda afirmou, após ofender o acadêmico brasileiro, que não haverá problemas com o fim da TV Escola: “Quem assiste à TV Escola? Ninguém assiste. Dinheiro jogado fora”.
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