Funeral de algumas das vítimas assassinadas no 'Vale da Morte' - Divulgação/ Historical-Ethnographic Museum of Julian Rydzkowski in Chojnice
Segunda Guerra Mundial

Estudo dá detalhes do que aconteceu com vítimas dos nazistas no Vale da Morte

Além dos restos mortais de 500 pessoas, pesquisadores encontraram 349 artefatos; entre eles o anel de uma mensageira do Exército da Pátria Polonês

Fabio Previdelli Publicado em 21/08/2021, às 11h09

Um estudo publicado na última quarta-feira, 18, narevista científica Antiquity, dá detalhes sobre o que aconteceu com os restos de 500 vítimas dos nazistas que foram encontradas em uma vala comum no município polonês de Chojnice, na província da Pomerânia.  

A região, conhecida como Vale da Morte, serviu para diversos massacres ocorridos entre 1939 e 1945, conforme aponta matéria da Galileu. Para se ter uma ideia, entre outubro e novembro de 1939, 35 mil pessoas morreram no município.  

Funeral de algumas das vítimas assassinadas no 'Vale da Morte'/ Crédito: Divulgação/ Historical-Ethnographic Museum of Julian Rydzkowski in Chojnice

 

Os números ainda aumentaram com o desenrolar do conflito, com 12 mil indivíduos sendo exterminados nas florestas da vila de Piaśnica; e com outras 7 mil vítimas que foram escondidas nos matagais próximos a Szpęgawsk, dizem os pesquisadores. 

Com esses dados, a Academia Polonesa de Ciências liderou um grupo de especialistas para investigar os crimes de guerra, o que acabou levantando mais de mil páginas de arquivos do país, além de entrevistas com parentes das pessoas que morreram no Vale da Morte. 

Ao analisarem um terreno de 4 hectares, os pesquisadores descobriram que milhares de cadáveres foram jogados em trincheiras, cavadas pelo exército polonês, nas semanas anteriores ao início da guerra.  

Objetos encontrados pelos pesquisadores/Crédito: Divulgação/A. Barejko

 

Por lá, o grupo encontrou diversos artefatos, 349 ao todo, como botões de vestimentas, balas de mosquete e até mesmo uma aliança de ouro que pertenceu a Irena Szydłowska, que atuou como mensageira do Exército da Pátria Polonês.  

De acordo com o arqueólogo que liderou a pesquisa, Dawid Kobiałka, “a família dela foi informada sobre a descoberta e o plano é devolver o anel a eles". Além dos objetos, foram identificados indícios de que os nazistas jogaram substâncias inflamáveis na pilha de corpos para incendiá-los — uma maneira que encontraram para destruir quaisquer vestígios dos crimes.  

Aliança de ouro que pertenceu a Irena Szydłowska/Crédito: Divulgação/A. Barejko

 

“A descoberta dos ossos cremados das vítimas é o resultado mais importante do projeto. Eles foram até mesmo localizados espalhados na superfície do solo. A pesquisa de arquivo rendeu uma lista de vítimas potenciais, conhecidas por terem sido levadas para o Vale da Morte na segunda metade de 1945”, relataram em nota os pesquisadores. 

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