Imagem meramente ilustrativa de iceberg no Ártico - Wikimedia Commons
Ciência

Estudo revela que degelo no Ártico foi responsável por onda de frio na Europa em 2018

“Essa pesquisa ilustra que as mudanças abruptas do Ártico realmente estão afetando o planeta inteiro”, explicou pesquisador

Isabela Barreiros, sob supervisão de Pamela Malva Publicado em 14/04/2021, às 15h10

Os efeitos das mudanças climáticas são mais complexos do que podemos imaginar. É isso que revela um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Geoscience. A pesquisa associou um momento de frio extremo que atingiu a Europa em meados de 2018 ao intenso degelo no Ártico.

Em fevereiro daquele ano, o fenômeno que ficou conhecido como “Fera do Leste” fez temperaturas baixarem de maneira drástica, causando um frio extremo e recordista. Para os pesquisadores, o aumento da temperatura média dos oceanos, desde os anos 1970, mostrou seus impactos décadas depois, especialmente nesse episódio. 

“É fácil extrapolar modelos para expor que invernos estão ficando mais quentes e para prever um futuro praticamente sem neve na Europa, mas nosso trabalho mostra que isso é muito simplista”, disse Alun Hubbard, especialista da Universidade de Tromsø, na Noruega, em comunicado oficial.

Durante o estudo, os cientistas ainda perceberam que 88% da neve que caiu na Europa durante a ‘Fera do Leste’ foi originada na superfície do Mar de Barents, no Ártico, pois seu vapor atmosférico carregava uma marca geoquímica muito particular, o que permitiu que ele fosse identificado.

“Estamos vendo que o gelo marinho é como uma tampa para o oceano”, afirmou a líder da pesquisa, Hanna Bailey, da Universidade de Oulu, na Finlândia. “Pode parecer contraintuitivo, mas a natureza é complexa e o que acontece no Ártico não fica no Ártico”, completou. 

A principal conclusão dos pesquisadores é que, com o degelo no Ártico, a redução de gelo fez com que muita umidade entrasse na atmosfera. O resultado disso seria o frio extremo no inverno. “Essa pesquisa ilustra que as mudanças abruptas do Ártico realmente estão afetando o planeta inteiro”, confirmou Hubbard.

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