Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, nenhum representante diplomático do país será enviado para os jogos
Pamela Malva Publicado em 06/12/2021, às 18h00
Nesta segunda-feira, 6, a Casa Branca anunciou que nenhum funcionário do governo norte-americano será enviado para as Olimpíadas de Inverno de Pequim em fevereiro do ano que vem. Segundo o Washington Post, a medida é um sinal de descontentamento diante de atividades que violam os direitos humanos na China.
O movimento de boicote das Olimpíadas vem crescendo nos Estados Unidos há alguns meses, conforme democratas, republicanos e órgãos que defendem os direitos humanos se posicionam sobre o assunto, exigindo um pronunciamento de Joe Biden.
Nesse sentido, o governo norte-americano já havia se posicionado em março deste ano, diante das políticas repressivas de Pequim contra os muçulmanos uigures que ocupam a região de Xinjiang. Na época, a Casa Branca afirmou que o tratamento dado pela China aos estrangeiros poderia ser classificado como um genocídio.
Agora, contudo, o boicote das Olimpíadas de Inverno é uma clara mensagem diplomática do governo dos Estados Unidos contra as políticas chinesas — ainda que os atletas norte-americanos continuem tendo permissão para participar dos jogos.
“O governo Biden não enviará nenhuma representação diplomática ou oficial para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Pequim 2022, devido ao genocídio em andamento da RPC e aos crimes contra a humanidade em Xinjiang e outros abusos dos direitos humanos”, afirmou Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca.
Os atletas da equipe dos EUA têm todo o nosso apoio. Estaremos apoiando eles enquanto os torcemos em casa. Mas não estaremos contribuindo para a fanfarra dos jogos”, completou.
É importante pontuar, no entanto, que o governo norte-americano não tem autoridade para impedir a participação dos atletas nos jogos. Apenas o Comitê Olímpico e Paraolímpico dos Estados Unidos pode tomar esse tipo de decisão.
Em resposta ao boicote diplomático anunciado pelos EUA, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou, ainda nesta segunda-feira, que “os Jogos Olímpicos de Inverno não são um palco para postura e manipulação política”.
“Os políticos americanos continuam promovendo um 'boicote diplomático', mesmo sem serem convidados para os Jogos”, narrou. “Este pensamento positivo e pura arrogância visa a manipulação política. É uma grave caricatura do espírito da Carta Olímpica, uma provocação política flagrante e uma séria afronta ao 1,4 bilhão de chineses.”
Questionado pelo Washington Post, o Comitê Olímpico Internacional ainda não se posicionou oficialmente diante do boicote norte-americano. Ainda assim, o anúncio da Casa Branca indica que nem mesmo Joe Biden irá marcar presença nas Olimpíadas.
Também em resposta ao boicote do governo, Sarah Hirshland, presidente-executiva do USOPC, se posicionou nesta segunda-feira, através de um comunicado:
“Agradecemos imensamente o apoio inabalável do presidente e de seu governo e sabemos que eles estarão nos torcendo de casa neste inverno”, afirmou a norte-americana. “Competir em nome dos Estados Unidos é uma honra e um privilégio, e a Equipe dos EUA está entusiasmada e pronta para deixar a nação orgulhosa."
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