Fotografia tirada durante manifestações no Irã - Getty Images
Irã

Execuções após protestos pelo véu islâmico: o que acontece no Irã

Irã enfrenta grande onda de protestos iniciados após a morte de Mahsa Amini, presa por "uso inadequado" de véu islâmico

Redação Publicado em 08/12/2022, às 12h44

Atualmente, um dos assuntos mais recorrentes em diversos portais de notícias é a tensa situação política e social enfrentada no Irã, e as manifestações que vêm sendo realizadas desde a morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que foi detida pela polícia do país por desrespeitar a lei que obriga o uso do véu muçulmano por todas as mulheres.

Nesta quinta-feira, 8, uma notícia em específico chamou muita atenção para os acontecimentos do país: um homem, acusado de ter ferido um paramilitar durante as manifestações — que já ocorrem há três semanas — e de bloquear o tráfico em uma avenida de Teerã, capital iraniana, foi executado pelo Irã.

Além dele, outras 10 pessoas podem ser condenadas à pena de morte no país por participarem das manifestações. Por fim, o governo do Irã também acusou a comunidade internacional de permanecer em "silêncio" frente os atos recentes, que classificam como sendo "terroristas", como informado pelo g1.

A nação iraniana e a comunidade internacional testemunharam nos últimos dias atos criminosos de um grupo de terroristas sem piedade contra cidadãos inocentes e forças de segurança", disse o Ministério das Relações Exteriores do Irã. "O silêncio deliberado dos estrangeiros, instigadores do caos e da violência no Irã, face às operações terroristas (...) tem como consequência encorajar o terrorismo e reforçar o terrorismo no mundo."

Além do mais, o aiatolá — título de liderança religiosa, que também atua como líder político do Irã, uma República Islâmica — Ali Khamenei prometeu "punição" para os "assassinos" e todos aqueles que cometem atos de vandalismo durante os protestos, que se opõem ao regime irmâmico do país. E ainda acrescenta que as potências estrangeiras que "tentam levar as pessoas às ruas" para "esgotar as autoridades" falharam com o objetivo.

Aiatolá Ali Khamenei / Crédito: Getty Images

 

República Islâmica

Em meio aos protestos, alguns vídeos em específico chamaram bastante atenção por mostrar a antiga casa do falecido fundador da República Islâmica do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, em chamas. Nos vídeos, que foram amplamente divulgados em redes sociais, alguns ativistas apontam que a propriedade foi incendiada por manifestantes.

Como uma República Islâmica, o Irã passou a adotar, em meio a suas leis oficiais, alguns dos preceitos básicos articulados pelo Alcorão, o livro sagrado do Islamismo. Ou seja, o país vive um regime em que o estado não é laico, e algumas leis vêm revoltando a população, como a da obrigação do uso do véu muçulmano por mulheres — que foi desrespeitada por Mahsa Amini, e consequentemente provocou sua prisão e eventual morte, servindo de gatilho para o início dos protestos.

Desde o início do movimento, ainda em setembro, pelo menos 448 pessoas morreram — considerando as mortes durante as manifestações, e não somente as penas de morte —, de acordo com um balanço da Iran Human Rights (IHR), uma ONG com sede em Oslo, repercutido pelo UOL.

Mundo Irã notícias Política manifestações Protestos República Islâmica

Leia também

Mãe de Isabella reage à liberdade de Alexandre Nardoni: ‘Lamentável’


Equipes de buscas encontram corpo de última vítima de desabamento de ponte nos EUA


Brasileira nos EUA viraliza ao mostrar itens que são jogados fora pelos americanos


Mulher que vive em McDonald's no Leblon lança campanha de arrecadação online


Meghan e Harry comemoram aniversário de príncipe Archie com festa íntima


Cresce a cada ano a "porta de entrada para o submundo" na Sibéria