Animal conhecido como "Matador dos Pampas" viveu na América do Sul há 265 milhões de anos, ainda antes dos dinossauros
Redação Publicado em 13/09/2023, às 08h41
No último domingo, 10, foi publicado no periódico científico Zoological Journal of the Linnean Society um estudo que descrevia uma descoberta relativamente recente e importante no Rio Grande do Sul: ossos de um Pampaphoneus biccai. Conhecido também como "matador dos pampas", ele é o mais antigo predador da América do Sul do período Permiano Médio, anterior aos dinossauros.
De acordo com a Revista Galileu, o animal reinou como o maior e mais sanguinário carnívoro de seu tempo, vivendo cerca de 40 milhões de anos antes dos dinossauros. O crânio analisado em questão, porém, já havia sido escavado em 2019, junto de mais alguns outros ossos do predador.
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Na época da descoberta, paleontólogos passaram um mês trabalhando em escavar os ossos. Porém, com a chegada da pandemia de Covid-19, demorou mais três anos até que, finalmente, a ossada fosse limpa e estudada com mais calma.
O fóssil foi encontrado em rochas do médio Permiano, em uma área onde os ossos não são tão comuns, mas sempre guardam surpresas agradáveis", afirma em comunicado o principal autor do estudo, Mateus A. Costa Santos, pós-graduando do Laboratório de Paleontologia da UNIPAMPA.
Este achado de 2019, porém, não foi o primeiro fóssil do Pampaphoneus biccai encontrado por brasileiros; o primeiro achado ocorreu em 2008. No entanto, o exemplar de 2019 é o maior já encontrado intacto.
Conforme descrito pelos pesquisadores, o Pampaphoneus biccai poderia chegar a até quase três metros de comprimento, e pesar até 400 kg. Sua alimentação, porém, era constituída majoritariamente por animais de pequeno e médio porte.
Felipe Pinheiro, autor sênior da pesquisa e chefe do Laboratório de Paleontologia da UNIPAMPA, explica ainda que o antigo predador desempenhou um papel ecológico semelhante ao dos felinos modernos, com "sua dentição e arquitetura craniana [que] sugerem que sua mordida era forte o suficiente para mastigar ossos, muito parecido com hienas modernas."
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Outro fator importante de se pontuar sobre o Pampaphoneus biccai é que ele não pode ser chamado de dinossauro. Na verdade, ele é referente a um grupo ainda anterior aos seres jurássicos, sendo um dinocéfalo. Além do Brasil, o animal é conhecido também na África do Sul e na Rússia.
Encontrar um novo crânio de Pampaphoneus depois de tanto tempo foi extremamente importante para aumentar nosso conhecimento sobre o animal, que antes era difícil de diferenciar de seus parentes russos", conta Mateus A. Costa Santos.
Além disso, ele também pontua que a nova descoberta pode ajudar a "fornecer uma visão da estrutura comunitária dos ecossistemas terrestres pouco antes da maior extinção em massa de todos os tempos", de acordo com a paleontóloga Stephanie E. Pierce, coautora do estudo. "É um achado espetacular que demonstra a importância global do registro fóssil do Brasil."
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