Ganhador da Mega-Sena foi orientado a mudar rotina e endereço antes de morrer

Nessa última quarta-feira, 14, o ganhador de um prêmio milionário na Mega-Sena em 2020, Jonas Lucas Alves Dias, foi sequestrado e assassinado em Hortolândia, São Paulo, por criminosos que visavam o seu dinheiro. Porém, um amigo da vítima relembrou que ele foi avisado a mudar de rotina e endereço por medidas de segurança.

O amigo da vítima, que optou por não divulgar o seu nome, concedeu uma entrevista à EPTV, comentando que Jonas que tinha o apelido de "Luquinha" e possuía alguns costumes no dia a dia que acabavam o expondo de uma forma perigosa.

Rotina perigosa

Conforme publicado no UOL, na maioria dos dias, por volta das 5h30 e 6h, Lucas saia de casa para tomar o seu café da manhã matinal na padaria do Jardim Rosolém, bairro onde morava. Segundo o amigo, ele foi aconselhado a se mudar do bairro em que residia para se prevenir de algum possível risco, porém, a vítima não aceitava os conselhos e falava que nada aconteceria.

Todo mundo falava: 'Muda de lugar, Luquinha, vai para um condomínio fechado e vem aqui de vez em quando. Muda a rotina'. Ele nunca quis e falava: 'Ah não vai acontecer nada, eu sou amigo de todo mundo'. Ele é amigo de todo mundo na cidade, né?", declarou.

O homem relembrou a dificuldade que Lucas teve para guardar o segredo da Mega-Sena. Ainda segundo o amigo, assim que a vítima soube do resultado, ele já queria contar para todo mundo do prêmio conquistado, mas precisou manter-se discreto. Contudo, pouco tempo depois ele acabou contando do prêmio.

"Uma semana depois ele falou pra todo mundo, ele não aguentou, e até aí, ele já tinha pedido o afastamento da empresa, falou para todo mundo que tinha se aposentado", disse o amigo.

O amigo complementou falando que ele ficou durante um mês falando: "'Ah, eu me aposentei, eu tô aposentado'. Aí depois não teve jeito, aí todo mundo só brincava: 'Olha o milionário'".

Sequestro

O ganhador da Mega-Sena foi sequestrado e mantido sob domínio dos criminosos na última terça-feira, 13, por cerca de 20 horas, e depois morto. Segundo as autoridades, durante o cativeiro os criminosos retiraram cerca de R$20,6 mil de sua conta, por Pix e saques.

Logo após o ocorrido, os irmãos dele, que moravam com Lucas, ficaram espantados com o crime e com isso decidiram mudar de residência. O novo endereço não foi divulgado.

No dia que foi sequestrado, imagens da câmera de segurança capturaram Lucas entregando um saco de pão para irmã e saindo para caminhar. Logo em seguida, o carro de um dos suspeitos do crime passou por ele.

"No próprio ponto que as imagens demostram onde pararam os carros leva a crer que tinham pleno conhecimento do percurso da vítima", contou o delegado Kleber Antônio Torquato Altale, diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior.

Nessa última segunda-feira, 19, os policiais apresentaram os quatro principais suspeitos, sendo eles três homens e uma mulher. Dois foram detidos e os outros dois seguem sendo procurados.