O Rei do Pop, Michael Jackson, em apresentação - Wikimedia Commons
Música

Herdeiros de Michael Jackson vencem processo e pedem 100 milhões de dólares, diz revista

O documentário "Leaving Neverland" continua causando dor de cabeça para os herdeiros do Rei do Pop

Wallacy Ferrari Publicado em 16/12/2020, às 10h26 - Atualizado às 10h32

De acordo com a revista Variety, o conjunto de herdeiros da fortuna e dos direitos autorais da obra de Michael Jackson venceram um processo contra a HBO após a exibição do documentário "Leaving Neverland", que aborda novos relatos de abusos sexuais contra o Rei do Pop.

A acusação, no entanto, não se refere aos depoimentos, mas sim a trechos de um show exibido no documentário, sem a autorização prévia.

O grupo, composto pelos três filhos do astro e por Katherine Jackson, mãe de Michael, argumentou que um contrato, feito em 1992 com a emissora de TV, comprometia a segurança da imagem do artista e de seus representantes para poder fazer uso das imagens do show em Bucareste durante a turnê Dangerous — e logicamente, não previa o uso no documentário que o acusa.

A conclusão da disputa foi divulgada pela Variety, decidindo por unanimidade que a emissora quebrou o tratado feito com os representantes do artista. Agora, a decisão seguirá para uma arbitragem contratual, que avaliará ambas as partes do contrato para estipular a multa.

Os familiares de Michael pedem uma indenização de 100 milhões de dólares pela quebra de contrato, porém, a HBO ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal para reavaliar a decisão. Uma alegação de que Jackson não teve direito de defesa na obra foi descartada no processo.

O documentário

Com o lançamento do documentário Leaving Neverland (2019), produzido e dirigido por Dan Reed, as polêmicas em torno de Michael Jackson voltaram à tona. O longa-metragem da HBO apresenta a história de Wade Robson e James Safechuck, que alegam ter sido abusados ​​sexualmente pelo cantor na infância.

A polêmica – que resultou em graves consequências para o rei do pop entre 2004 e 2005 – dividiu opiniões novamente. Enquanto algumas rádios promovem boicote às músicas do cantor, Mike Smallcombe, por exemplo, que escreveu a notória biografia Making Michael (2016), saiu em defesa do cantor.

Ao assistir o documentário, o biógrafo encontrou inconsistências nas denúncias das vítimas. Em entrevista ao Mirror Online no ano passado, o autor levantou alguns pontos sobre a polêmica.

De acordo com Mike, Wade Robson afirma que o abuso teria acontecido quando a sua família viajou para o Grand Canyon, e ele ficou sozinho com Jackson no rancho de Neverland. Entretanto, numa declaração feita sob juramento em 1993, a mãe de Robson relatou que o filho realizou a viagem junto com seus familiares.

Mike Smallcombe também afirmou que parte das denúncias de James Safechuck são falsas. De acordo com a suposta vítima, ele teria sido molestado por Michel Jackson numa estação de trem de Neverland entre 1988 e 1992. No entanto, documentos oficiais comprovam que a estação de trem começou a ser construída no ano de 1993 e só foi finalizada em 1994.

“Essa é a inconsistência na história da Safechuck”, afirma Mike. “A construção da estação de trem de Neverland não começou até o final de 1993 e só foi aberta na primeira parte de 1994, quando a Safechuck tinha 16 anos.” James afirma ter sido molestado aos 14 anos de idade.

Pelo Twitter, Reed rebateu os comentários de Smallcombe. O diretor admitiu que James Safechuck errou as datas. “Sim, parece haver dúvidas em relação à data da construção da estação. A data que eles erraram é a do final do abuso”, afirmou Dan em sua conta. “Então você está dizendo que a história é mentira porque os abusos com o Safechuck terminaram quando ele tinha 16 ou 17 anos ao invés de 14. É uma diferença de três anos, isso não muda a história”, enfatizou.

Uma vez que o astro do pop foi inocentado das acusações de pedofilia em 2005, a família decidiu tomar medidas legais contra os responsáveis pela produção de Leaving Neverland.

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