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Personagem

Cadáver de Robin Hood do século 20 será exumado para derrubar teoria da conspiração

Família de John Dillinger, bandido da Grande Depressão dos EUA, quer fazer testes de DNA para comprovar que o corpo é realmente dele

Isabela Barreiros Publicado em 08/08/2019, às 17h00

John Dillinger foi um dos mais famosos bandidos norte-americanos por volta dos anos 1930, no período da Grande Depressão dos Estados Unidos. Mesmo sendo considerado inimigo da nação no auge da sua trajetória, sua importância no imaginário estadunidense é inegável: a ideia romântica de um Robin Hood, que rouba dos ricos mas não dos pobres, faz parte da narrativa de seu personagem.

Sua história terminaria quando sua namorada contou ao FBI onde ele estaria em certa noite de julho. As autoridades, cansadas do hábito de Dillinger de fugir de prisões e roubar bancos, decidiu finalmente se livrar dele em vez de levá-lo preso. Ainda que o discurso oficial seja que o fora da lei apontou sua arma primeiro, as dúvidas persistem e continuam cercando a história até hoje.

Cartaz oferecia recompensa de 5 mil dólares para quem encontrasse John Dillinger morto ou vivo / Crédito: Reprodução 

 

A família de Dillinger também tem seus questionamentos. Levando em conta a possibilidade de que ele tenha escapado dos policiais — e da morte, — seus parentes fizeram um pedido para que o corpo fosse desenterrado e seu DNA analisado para, enfim, ter certeza sobre o acontecimento.

É importante lembrar que testar DNA é uma possibilidade recente. O recurso vem sendo utilizado nas últimas três décadas em quase todas as cenas de crime, mas procedimentos policiais contavam com vácuos em suas investigações quando ainda não existia. Muitas pessoas foram presas simplesmente por estarem no lugar errado na hora errada, sem evidências suficientes que provassem seus crimes (como o teste de DNA).

Recorrendo a essa alternativa, as autoridades irão desenterrar o ladrão de bancos e acabar com as dúvidas e teorias da conspiração relacionadas ao seu escape. Isso acontecerá no próximo mês, no dia 16 de setembro, em Indiana. O procedimento será particularmente difícil: por precaução, o corpo foi enterrado abaixo de quase 1 metro de cimento e cacos de metal sucateado. A medida foi tomada para que pessoas não roubassem ou violassem o cadáver.

Pessoas formaram grandes filas para observar o cadáver do inimigo número um do Estado, John Dillinger / Crédito: Chicago Tribune

 

A polícia afirma que o corpo é do homem certo. De acordo com os agentes, foram analisados dois pares de digitais no dia da sua morte: um no local onde tudo aconteceu, e outro durante sua autópsia.

Mesmo assim, a família conseguiu o pedido para que os testes acontecessem. Claro que não é possível que ele esteja vivo — este ano, ele completaria 116 anos — mas se comprovado que o corpo não é de John Dillinger, surgirão lendas sobre o possível destino do famoso bandido norte-americano.

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Como ele escapou e conseguiu sobreviver? Alguém o abrigou? Para onde ele foi? Quanto tempo ele viveu? As questões estão repletas de possibilidades. Respondê-las, no entanto, exigirá uma investigação que vá além do exume e análise do cadáver.

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