Homem que passou 16 anos preso por estupro que não cometeu receberá indenização milionária

Anthony Broadwater, um homem negro de 62 anos que, em 1982, foi injustamente condenado pelo estupro de Alice Sebold em um julgamento que seria posteriormente revertido por ser considerado falho. 

Broadwater passou 16 anos atrás das grades como consequências dos erros cometidos pelo sistema criminal dos Estados Unidos, sendo inocentado apenas em 2021, conforme repercutiu a People. 

Naquele mesmo ano, Sebold, que é uma escritora famosa e chegou a lançar um livro de memórias a respeito do abuso sexual que sofreu na adolescência (seu título no Brasil é "Sorte"), pediu desculpas publicamente ao homem por seu papel em meio à injustiça infligida ao estadunidense. Ela ainda lamentou que seu verdadeiro agressor teria saído impune do episódio. 

Já recentemente, o estado de Nova York, que estava sendo processado por Broadwater pela maneira como conduziu seu julgamento nos anos 80, concordou em um acordo a pagar uma indenização de 5,5 milhões de dólares ao norte-americano — o equivalente a cerca de 23,3 milhões de reais, na cotação atual. 

O estupro

Em 1981, Alice Sebold era uma estudante de 18 anos da Universidade de Syracuse que, em uma manhã, foi agredida física e sexualmente no campus da instituição de ensino por um homem negro. 

Ele disse que estava armado com uma faca, e usaria o objeto para matá-la caso a jovem tentasse lutar ou gritasse por ajuda. 

Após o ataque, Sebold procurou as autoridades, ouvindo de um policial que era "sortuda" por ter sido "apenas" estuprada, e não estuprada e assassinada. A frase viria a inspirar o título de seu livro de memórias.