Idosa vítima de golpe milionário diz que filha ameaçou esfaqueá-la

A viúva do colecionador de arte Jean Boghici, vítima de um golpe milionário arquitetado pela própria filha, afirmou em depoimento à polícia que Sabine Boghici ameaçou esfaqueá-la na barriga e no pescoço durante o período em que esteve isolada em casa.

De acordo com a polícia, o cárcere privado fazia parte da segunda etapa do plano. Conforme explicaram as autoridades, a princípio, a idosa foi enganada por falsos videntes, que lhe disseram que sua filha sofreria de um "mal incurável".

Para supostamente evitar que isso se concretizasse, o grupo, que foi contratado por Sabine, fez a mulher pagar por um "tratamento espiritual" no valor de 5 milhões de reais.

Os autores do crime também levaram a valiosa coleção de obras de arte da vítima, além de suas jóias, alegando que os objetos estariam amaldiçoados e precisavam ser benzidos. As informações são do portal de notícias G1.

'Mata essa velha'

Na quinta-feira, 11, Gilberto Ribeiro, delegado titular da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade, citou uma conversa interceptada entre Sabine e sua namorada Rosa Stanesco Nicolau, na qual esta ordenava à companheira que matasse a própria mãe. Stanesco se apresentava à vítima como "Valéria de Oxóssi" e dizia ser "vidente".

“Em ligação de áudio, Valéria mandava [Sabine] matar a mãe, dizendo que ia ficar com tudo, e que aquilo tudo ia ser delas”, disse Ribeiro durante entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta. “Mata essa velha!”, teria dito Rosa mais de uma vez, segundo o delegado, enquanto Sabine mantinha uma faca no pescoço da idosa.

A vítima revelou que conseguiu fugir de casa utilizando uma chave reserva. Mais tarde, mandou trocar os segredos das fechaduras das portas e proibiu a entrada da filha e dos demais envolvidos no golpe, que resultou em um prejuízo de mais de 700 milhões de reais.

Tanto Sabine, quanto sua namorada, Rosa, além do filho e uma prima desta, foram presos na última quarta-feira, 10, na chamada Operação Sol Poente. Outros dois envolvidos no crime, o padrasto e a meia-irmã de Rosa, seguem foragidos.

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