“Não se pode fazer justiça com as próprias mãos", disse o delegado José Henrique Ventura ao condenar o ato
Fabio Previdelli Publicado em 03/02/2021, às 11h05
Na noite da última segunda-feira, 01, a residência onde um menino de 11 anos era mantido amarrado em um barril, em Campinas, foi invadida e vandalizada por pessoas que ficaram revoltadas com o caso. No entanto, o ato é considerado crime de dano ao patrimônio e pode causar detenção de um a seis meses aos invasores.
No imóvel, alimentos, cadeiras e diversos outros objetos e móveis foram revirados e espalhados pelo chão. Segundo moradores locais, o ato teria sido cometido por alguns vizinhos indignados com a situação. A atitude foi condenada pelo delegado José Henrique Ventura, diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 2).
"Isso é dano doloso. Depredar patrimônio público ou particular é crime de dano, e se muita gente estiver envolvida, pode até caracterizar uma associação criminosa. Não se pode fazer justiça com as próprias mãos", declarou em entrevista ao G1.
O delegado também disse que o ato de vandalismo não prejudicou o andamento do inquérito, já que a perícia já realizou todo o processo que deveria ter feito. "A perícia já recolheu o que tinha de recolher, fotografou o que tinha de fotografar", disse.
Após o resgate do menino, ele foi internado para tratamento contra a desnutrição. Já seu pai, a namorada dele e a filha dela estão presos preventivamente e responderão por tortura.
Caso seja condenado, o pai do garoto pode pegar a pena mínima de prisão pelo crime, que varia de 2 a 8 anos; já sua namorada e a filha dela responderão por omissão, o que pode render uma pena de 1 a 4 meses de detenção. Entretanto, a polícia colocou uma fiança de R$5 mil reais para cada uma delas.
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