A acusação mostra Raniere cercado por 'escravas de primeira linha' - Wikimedia Commons
Estados Unidos

Keith Raniere, líder de seita sexual insana, é condenado a 120 anos de prisão

A seita reunia membros que compreendiam desde atrizes de Hollywood até herdeiras milionárias

Giovanna de Matteo Publicado em 28/10/2020, às 10h35

O fundador do culto Nxivm, o americano Keith Raniere, foi acusado no ano passado por tráfico e abuso sexual, posse de pornografia infantil, extorsão, entre outros crimes.

O homem de 60 anos era mestre e líder na seita que recrutava mulheres para serem escravas sexuais, forçando-as a fazer sexo com ele e entre si, como parte de "rituais", que envolveram até mesmo nomes famosos de Hollywood.

Na última terça-feira, 27, o juiz distrital Nicholas Garaufis o condenou a 180 anos de prisão e uma multa de US $ 1,75 milhão, na audiência de condenação. Os promotores o acusaram de causar "danos imensuráveis" às suas vítimas. 

Raniere foi o único membro entre os líderes de Nxivm que passou por um julgamento completo, enquanto os outros aceitaram acordos judiciais. Sua defesa afirmou que existe uma "campanha da mídia envolvendo testemunhas que foram motivadas a testemunhar falsamente".

O grupo

O grupo Nxivm tem sua sede em Albany, Nova York, e foi criado em 1998. A organização se autodenomina uma “comunidade guiada por princípios humanitários que buscam empoderar as pessoas”. O lema da seita é "trabalhar para construir um mundo melhor". O grupo já conta com mais de 16.000 pessoas, tendo centros nos Estados Unidos, Canadá, México e América Central.

A comunidade começou a ser investigado pelas autoridades americanas após uma publicação do New York Times, em 2017, que investigou os atos ocultos escondidos por trás da seita sexual.

Keith liderava os membros femininos através de um sistema de escravos e mestres. Algumas testemunhas expuseram que foram marcadas com as iniciais de Raniere com uma caneta cauterizante em suas pelves. Esse ritual fazia parte de uma cerimônia filmada em que os membros se reuniam todo ano num evento conhecido como "Semana da Vanguarda".

Além disso, um ex-membro revelou que ela e uma de suas irmãs - que era menor de idade -foram abusadas sexualmente pelo líder e obrigadas a abortar após engravidarem do mesmo. Conhecida como Daniela, ela contou ao tribunal que teria participado de uma "preparação" antes de completar 18 anos, para que Keith Raniere pudesse tirar sua virgindade. 

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