Imagens de Faustina Tay - Divulgação
Líbano

Líbano investiga morte de trabalhadora doméstica, após supostos abusos dos patrões

Faustina Tay foi encontrada morta no estacionamento da casa onde trabalhava, nos subúrbios do sul de Beirute

Paola Churchill Publicado em 07/04/2020, às 13h00

O Ministério do Trabalho no Líbano começou a investigar a morte de uma empregada doméstica de Gana. As investigações começaram após uma reportagem da Al Jazeera revelar que a mulher sofria abusos dos seus patrões e temia por sua vida.

No dia 14 de março, Faustina Tay foi encontrada morta no estacionamento do apartamento de seu chefe, na zona sul de Beirute. Segundo a autópsia, a causa da morte foi devido uma queda de um lugar alto.

Uma semana antes do acidente, a jovem, desesperada, enviou mensagens de texto e aúdios para ativistas e para seu irmão que mora em Gana. Ela relata que foi espancada pelo menos quatro vezes por seu chefe, Hussein Dia e por Ali Kamal, dono da agência que levou Faustina ao Líbano, a Al Kamal Trading and Services.

Dois dias antes de ser encontrada morta, Tay por meio de uma mensagem de texto, afirmava com todas as letras que temia por sua vida. "Estou com medo. Estou com medo que eles possam me matar".

Faz muito tempo que grupos de direitos humanos libaneses tentam abolir o sistema Kalafa, sob o qual a empregada trabalhava. Cerca de 250 mil de trabalhadores estrangeiros são contratados por esse meio que vincula a residência dos trabalhadores a dos empregadores.

Eles precisam obedecer tudo que seus patrões pedem e, se contrariarem, tornam-se residentes ilegais e podem ser presos ou deportados. O sistema ainda facilita o abuso, variando de não pagamento dos salários até assédio ou agressão sexual.  

O processo de Tay está em andamento e Hussein e Kamal negam todas as acusações.    

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