Capa de 'Kadogos: a vida de crianças-soldado na África Central e Oriental' - Divulgação
Cultura

Livro-reportagem relembra saga das crianças-soldado em países africanos

'Kadogos: a vida de crianças-soldado na África Central e Oriental' será lançado no dia 18 de março

Redação Publicado em 10/03/2022, às 16h58

Publicado pela editora Lisbon Press no Brasil e em Portugal, “Kadogos: a vida de crianças-soldado na África Central e Oriental” será lançado no dia 18 de março, na Livraria da Travessa em Pinheiros.

O livro-reportagem, escrito pela jornalista Carla Trabazo, relata histórias de jovens sequestrados por grupos armados, milícias e forças estatais em países como Uganda, República Democrática do Congo, República Centro-Africana e Sudão do Sul.

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A palavra “kadogos”, que dá título ao livro, é uma expressão no dialeto suaíli para se referir às crianças-soldado, significando “pequenos, insignificantes” – forma como são vistas em guerras e conflitos ainda no século XXI, seres humanos descartáveis e fáceis de repor ou manipular.

Das cerca de 260 mil crianças atuando em milícias e forças armadas pelo mundo, metade se encontra no continente africano. O livro relata os horrores pelos quais jovens menores de 18 anos passaram durante o recrutamento, conflitos e vivência em grupos armados como o Lord’s Resistance Army (LRA) de Joseph Kony, além de apontar os preconceitos e desafios enfrentados por aqueles que retornaram à sociedade e, até os dias atuais, ainda sofrem com hostilidades da própria comunidade.

As histórias, coletadas durante pesquisa de campo em Uganda, incluem, ainda, o drama vivido pelos pais que tiveram filhos sequestrados - tendo estes retornado ou não para casa.

Vozes que não costumam ser ouvidas sobre o assunto, mas que trazem noções sobre as pressões vividas nas comunidades e o medo gerado pela falta de informação sobre jovens reabilitados e o trabalho realizado por ONGs voltadas ao desarmamento, reabilitação e reintegração de ex-crianças-soldado.

Este é o primeiro livro brasileiro publicado sobre o assunto, que levanta um debate, ainda, sobre as sentenças impostas contra comandantes de grupos armados no Tribunal Penal Internacional, em Haia, tendo muitos começado nos conflitos como crianças-soldado recrutadas forçadamente, como foi o caso de Dominic Ongwen, um dos altos comandantes do LRA, sentenciado a 25 anos de prisão por 61 denúncias de crimes de guerra e contra a humanidade.


Sobre a autora:

Carla Trabazo é baiana, especialista em Jornalismo Internacional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e jornalista pela Universidade Jorge Amado. Já atuou em jornais como Correio (Salvador) e em organizações do terceiro setor, como o Centro de Referência para Refugiados da Caritas São Paulo e o Instituto Global Attitude.

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