Chimpanzé Natalia carregando filhote morto junto de outra primata - Divulgação/BIOPARC Valência
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Mãe chimpanzé carrega bebê morto por três meses em zoológico na Espanha

Primata perdeu seu filhote somente 14 dias após dar a luz, em fevereiro; luto da chipanzé Natalia chama atenção de pesquisadores

Éric Moreira Publicado em 23/05/2024, às 14h55

No início de fevereiro de 2024, o zoológico Bioparc Valência, da Espanha, começou a vivenciar um momento difícil. Na ocasião, a chipanzé Natalia deu à luz a dois filhotes; porém, um deles morreu apenas 14 dias depois. E até hoje, três meses depois, a primata segue carregando consigo os restos mortais de seu filhote.

"No momento a situação continua a mesma, pois ela continua carregando o filhote. Deve-se dizer que é um comportamento natural perfeitamente documentado nesta espécie e em outras semelhantes, mesmo em outros mamíferos como baleias ou elefantes", disse um porta-voz do zoológico ao IFLScience.

+ O experimento científico que criou um bebê humano e um chimpanzé lado a lado

O Bioparc Valência confirmou a morte do filhote de Natalia em um comunicado no dia 16 de fevereiro. No entanto, a causa do óbito não foi informada — o que se sabe é só que a criação do filhote ocorria normalmente até o dia anterior.

As mamas [de Natalia] apresentavam pouco volume, mas os mamilos e o ato de mamar do filhote evidenciavam a alimentação. O bebê mostrou uma atividade normal até o dia anterior, quando foi realizada uma intervenção muito limitada possível nessas circunstâncias, que não conseguiu evitar o desfecho fatal", informou o comunicado.

Porém, além de inesperado, a morte do bebê chimpanzé também foi preocupante para os funcionários do zoológico, visto que Natalia já havia perdido outro filhote em 2018. Felizmente, ao menos o seu outro filhote, nascido em fevereiro, segue saudável.

Natalia segurando seu filhte que sobreviveu / Crédito: Divulgação/BIOPARC Valência

 

Chimpanzés

Os chimpanzé-comuns estão em risco de extinção, de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), ameaçados principalmente pela perda de habitat natural pela expansão agrícola e pela extração de recursos naturais, além de outras atividades humanas.

Sobre o comportamento de Natalia, como já mencionado, não é tão surpreendente, visto que esses animais possuem algum entendimento da mortalidade e, segundo um estudo publicado na Current Biology em 2010, comportamentos semelhantes ao luto podem ser notados em vários membros de grupos da espécie.

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