Polvo de experimento que indica que molusco também pode ter pesadelos - Reprodução/Vídeo/YouTube
Biologia

Novo estudo indica que polvos também podem ter pesadelos; confira!

Molusco de laboratório apresentou comportamentos incomuns enquanto dormia

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 22/05/2023, às 12h48 - Atualizado em 26/05/2023, às 09h56

Quando se pensa em animais inteligentes, muita gente já pensa na grande capacidade de aprendizado que alguns cachorros e gatos têm; outros, já pensam em animais como elefantes, corvos ou golfinhos, que são reconhecidos cientificamente como seres bastante inteligentes; mas nos mares, provavelmente o maior representante de intelecto entre as espécies é o polvo.

E graças a uma inteligência mais elevada, algumas dessas espécies podem apresentar comportamentos bastante específicos, como até mesmo utilizar objetos como ferramentas — sendo essa a base da diferenciação dos humanos para o restante —, ou mesmo ter pesadelos. E um experimento recente realizado em um laboratório na Universidade Rockefeller, em Nova York, nos Estados Unidos, indica pela primeira vez que pode ser que os polvos tenham, de fato, pesadelos.

Os pesquisadores observaram um polvo macho da espécie Octopus insularis, comum de ser encontrada no norte e nordeste do Brasil, e notaram um comportamento inusitado do molusco enquanto dormia. Conforme registrado no estudo, que foi publicado no servidor bioRxiv, o animal — chamado Costello — parecia se debater, como se estivesse com algum tipo de distúrbio no sono.

A equipe envolvida nos estudos revisaram, então, pelo menos 3,6 mil horas de gravações de Costello coletadas entre 11 de fevereiro de 2021 e 4 de abril do mesmo ano, quando o animal morreu. Nas gravações, o polvo foi visto se debatendo enquanto dormia quatro vezes, tendo inclusive soltado um jato de tinta preta na água em duas dessas ocasiões, sendo este um mecanismo usado principalmente para fugir de predadores.

Foi realmente bizarro, porque parecia que ele estava com dor; parecia que ele poderia estar sofrendo, por um momento", disse o pesquisador de pós-doutorado da Universidade de Vermont, Eric Ramos, ao Live Science. "E então ele simplesmente se levantou como se nada tivesse acontecido e retomou seu dia normalmente."

Pesadelos?

Entre os quatro momentos de possíveis pesadelos do polvo, em que ele se debatia e até mesmo espirrava tinta, o mais longo deles se assemelhava muito "à resposta típica da espécie a um ataque predatório, sugerindo que o animal pode ter respondido a uma memória episódica negativa ou exibido uma forma de parassonia [transtorno do sono]", conforme os autores do estudo. 

Apesar disso, ainda existe cautela em afirmar se o animal enfrentava mesmo um pesadelo ou não. Isso porque, embora pareça muito que o molusco esteja sofrendo com sonhos ruins, ele é apenas um exemplar sendo analisado, o que ainda não invalida a possibilidade de aquele espécime sofrer de "anormalidades neurológicas específicas".

Enquanto fizemos o nosso melhor para mostrar que as linhas de base eram normais, esse estudo não pode ser considerado conclusivo até ser replicado. A possível ocorrência desse fenômeno em polvos lançaria uma luz inesperada sobre a evolução convergente do sono em organismos distantemente relacionados com arquiteturas neurais complexas", escrevem ainda os cientistas.
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