O vencedor do Nobel de Física, Peter Higgs - Wikimedia Commons, sob licença Creative Commons
Peter Higgs

O que seria a 'partícula de Deus' proposta por Peter Higgs?

Físico foi o responsável por um dos principais termos científico, a “partícula de Deus”; Peter faleceu na última terça, 9, aos 94 anos

Isabelly de Lima Publicado em 10/04/2024, às 08h02

O renomado físico agraciado com o Prêmio Nobel, Peter Higgs, que propôs a existência da denominada "partícula de Deus", contribuindo para elucidar a formação da matéria após o Big Bang, faleceu aos 94 anos, conforme comunicado pela Universidade de Edimburgo na terça-feira, 9.

A instituição acadêmica, onde Higgs ocupava o cargo de professor emérito, relatou que ele veio a óbito na segunda-feira após uma breve enfermidade. Higgs antecipou a presença de uma partícula inédita, posteriormente denominada bóson de Higgs, em 1964.

Ele teorizou sobre a necessidade de uma partícula subatômica de dimensões específicas para explicar como outras partículas — e, por conseguinte, todos os corpos celestes no universo — adquirem massa. Semelhante partícula, o arcabouço equacional empregado pelos físicos para descrever o mundo, conhecido como modelo padrão, não manteria sua coerência.

O trabalho de Higgs auxilia os cientistas a desvendar um dos enigmas mais primordiais do cosmos: como o Big Bang gerou matéria a partir do nada há 13,8 bilhões de anos. Desprovida da massa de Higgs, as partículas não poderiam se juntar às matéria com a qual interagimos diariamente.

No entanto, transcorreram quase cinco décadas até que a existência da partícula fosse confirmada. Em 2012, em um dos mais significativos avanços na física em décadas, pesquisadores do CERN, a Organização Europeia para Pesquisa Nuclear, anunciaram ter finalmente identificado um bóson de Higgs utilizando o Large Hadron Collider, um colisor de partículas de 10 bilhões de dólares instalado em um túnel de 27 quilômetros sob a fronteira entre Suíça e França.

O criador do bóson de Higgs - Wikimedia Commons, sob licença Creative Commons

 

O colisor foi concebido principalmente para detectar a partícula de Higgs, promovendo colisões com energias extraordinariamente elevadas para emular algumas das condições presentes nos trilionésimos de segundos após o Big Bang, segundo o NY Post. Higgs foi premiado com o Prêmio Nobel de Física de 2013 por suas contribuições, juntamente com François Englert, da Bélgica, que apresentou independentemente a mesma teoria.

Vida de Peter

Nascido em Newcastle, no nordeste da Inglaterra, em 29 de maio de 1929, Higgs frequentou o King's College, da Universidade de Londres, obtendo seu doutorado em 1954. Ele passou a maior parte de sua carreira em Edimburgo, tornando-se catedrático de Física Teórica na universidade escocesa em 1980, se aposentando em 1996.

Um momento marcante na carreira de Peter ocorreu durante a apresentação de 2013 no CERN, em Genebra, quando os cientistas, com base em análises estatísticas complexas — incompreensíveis para a maioria dos leigos —, confirmaram a existência do bóson. Emocionado, ele começou a chorar, limpando os óculos nas bancadas de uma sala de aula do CERN.

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