Ilustração do mapa mundi - Pixabay
Ciência

Pela primeira vez desde a peste bubônica, população mundial deve diminuir depois de 2064

Pesquisa analisa os possíveis cenários de fertilidade para o futuro e alerta que o poder está nas mulheres

Penélope Coelho Publicado em 15/07/2020, às 13h30

Pela primeira vez na era da história moderna, a população mundial deve diminuir nos próximos anos. As informações são de um novo estudo publicado pela renomada revista científica The Lancet.

A população global atualmente está estimada em cerca de 7,6 bilhões de pessoas, de acordo com a publicação, é possível que esse número aumente nas próximas décadas e atinja seu ápice em 2064, com cerca de 9,7 bilhões de pessoas. Porém, o estudo prevê que o número de pessoas caia para 8,8 bilhões em 2100.

“A última vez que a população global declinou foi em meados do século 14, devido à Peste Bubônica. Se nossa previsão estiver correta, será a primeira vez que o declínio da população é causado pelo declínio da fertilidade, em oposição a eventos como uma pandemia ou fome”, afirmou Stein Emil Vollset, principal autor do estudo, em entrevista para a IFLScience.

De acordo com a pesquisa, até 23 países podem enfrentar essas diminuições em quase 50% de sua população, entre eles estão: Itália, Espanha, Portugal, Tailândia, Coreia do Sul e até mesmo a China — atualmente, o país mais populoso do mundo.

Porém, o estudo também destaca a possibilidade de que alguns países sofram exatamente o contrário e passem para um crescimento populacional, isso inclui o norte da África, o Oriente Médio e, principalmente, a África Subsaariana.

Em maiores detalhes, o estudo analisou aspectos como a mortalidade, a fertilidade e a migração, para explicarem a maneira que esses fatores afetarão a população mundial. Além de esclarecer como guerras, mudanças no clima e doenças podem ocasionar em mortes ao redor do globo.

Explicações

Mas, afinal de contas, os pesquisadores conseguiram encontrar um motivo para esse possível declínio populacional futuro? Para os especialistas, a resposta é complexa, mas, existem duas razões principais, como explica Vollset:

“Melhorias no acesso à contracepção moderna e a educação de meninas e mulheres [...] Esses fatores determinam a taxa de fertilidade — o número médio de filhos que uma mulher gera ao longo da vida, que é o maior determinante da população”, explicou o autor. Para finalizar, Stein declara que esse virá a ser um novo mundo, e que a população deve se preparar para as mudanças desde já.

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