A) Caudipteryx reconstruído; B) Robopteryx, imitando a morfologia do Caudipteryx - Divulgação/Christophe Hendrickx/P.G. Jablonski/ Jinseok Park
Dinossauros

Pesquisa sugere que dinossauros usavam penas para assustar presas

Pesquisadores utilizaram robô em novo estudo sobre o tema; a hipótese foi publicada na revista Scientific Reports no último dia 25

Giovanna Gomes Publicado em 29/01/2024, às 12h43

Uma equipe de cientistas concluiu, por meio de um experimento envolvendo um dinossauro robô chamado Robopteryx, que pequenos dinossauros onívoros e insetívoros possivelmente utilizavam suas penas para amedrontar presas. A hipótese foi publicada na revista Scientific Reports no dia 25 de janeiro.

Os pesquisadores acreditam que a evolução das asas e caudas das aves teve origem em dinossauros com penas. Embora restos de diversas espécies de dinossauros emplumados tenham sido descobertos, apenas membros do grupo Pennaraptora possuíam as penas necessárias para o voo.

Pesquisas com fósseis apontam que esse tipo de revestimento inicialmente se desenvolveu em pequenas proto-asas primitivas que não possibilitavam o voo desses dinossauros. Portanto, a função dessas estruturas no passado ainda carece de um consenso. No entanto, para os autores do estudo, essas penas poderiam ter auxiliado os dinossauros na captura de presas.

Conhecida como "perseguição por disparo," a estratégia é observada em algumas aves contemporâneas insetívoras e onívoras, as quais utilizam suas plumagens coloridas contrastantes nas asas e caudas para assustar presas, induzindo-as a fugir e, assim, facilitar a captura.

A fim de testar a hipótese, os cientistas construíram o robô Robopteryx com base no dinossauro Caudipteryx, um animal do tamanho de um pavão que viveu há aproximadamente 124 milhões de anos.

Segundo informações do portal Galileu, o experimento envolveu programar o Robopteryx para imitar os movimentos de aves que praticam a "perseguição por disparo, como é o caso do papa-léguas e o tordo-imitador.

Observações

Os pesquisadores observaram as reações de gafanhotos a diferentes comportamentos do robô. Os resultados mostraram que os insetos apresentaram respostas neuronais mais altas às animações com proto-asas do robô do que às sem proto-asas. Além disso, 93% dos insetos fugiram quando as proto-asas foram utilizadas, em comparação com 47% sem o uso dessas estruturas.

Os cientistas também notaram que os gafanhotos eram mais propensos a fugir quando havia manchas brancas nas proto-asas e penas na cauda do Robopteryx.

Dessa forma, os pesquisadores sugerem que o uso da plumagem para assustar criaturas pode ter desempenhado um papel importante na evolução das asas emplumadas antes que esses dinossauros fossem capazes de voar.

+ Confira aqui o estudo completo.

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