As ruínas encontradas há anos escondem segredos dos primeiros concílios clandestinos da religião, afirma Mustafa Sahin
Alana Sousa Publicado em 06/01/2021, às 13h15
Nas profundezas do Lago Iznik, na cidade de Bursa, Turquia, está localizada uma basílica que pode esconder segredos sobre os primórdios do cristianismo. É o que afirma o professor Mustafa Sahin, chefe do Departamento de Arqueologia da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade Bursa Uludag, que há seis anos estuda a região.
Após receber fotos aéreas do local em 2014, o especialista notou algo, até então, desconhecido: o que parecia ser as ruínas de uma antiga basílica. Rapidamente passou a examinar documentos e chegou a conclusão que a construção pode ter sido um templo de Apolo perdido, que foi construído pelo imperador Commodus.
Porém, o aspecto mais instigante é que, em cima da estrutura dedicada ao deus grego, uma basílica foi levantada, em meados do século 5. Isso significa que, possivelmente, as ruínas pertencem ao primeiro concílio — importante para a fundamentação do cristianismo.
Sabe-se que antes da religião ser aceita, reuniões clandestinas eram realizadas por praticantes do cristianismo. Sahin explica que ao todo ocorreram sete concílios ecuménicos: “Com o primeiro e o sétimo em Iznik, sabemos onde estava o sétimo, mas nunca conseguimos encontrar o local do primeiro”.
Por isso, Mustafa está convencido de que o Lago Iznik abriga o lugar que há tanto tempo procurava. “Há quem diga que o primeiro concílio se reuniu num palácio, e há quem diga que foi no antigo teatro. Mas não há nenhum edifício que poderia ter sido um palácio em Iznik, pois não temos conhecimento de um imperador morando aqui - e, portanto, não há necessidade de um palácio”.
No entanto, confirmar sua tese é a parte mais difícil, devido à falta de documentos e a complexidade da localização da basílica. Ainda assim, o pesquisador se mostra otimista em abrir o local ao público como um museu subaquático o mais rápido possível.
Sobre arqueologia
Descobertas arqueológicas milenares sempre impressionam, pois, além de revelar objetos inestimáveis, elas também, de certa forma, nos ensinam sobre como tal sociedade estudada se desenvolveu e se consolidou ao longo da história.
Sem dúvida nenhuma, uma das que mais chamam a atenção ainda hoje é a dos egípcios antigos. Permeados por crendices em supostas maldições e pela completa admiração em grandes figuras como Cleópatra e Tutancâmon, o Egito gera curiosidade por ser berço de uma das civilizações que foram uma das bases da história humana e, principalmente, pelos diversos achados de pesquisadores e arqueólogos nas últimas décadas.
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